terça-feira, 17 de setembro de 2013

SOBRE CAMOCIM...BAIRRO DA BOA ESPERANÇA


Se existe um bairro em Camocim que se identifica com seu nome e sua história, este é o Bairro da Boa Esperança, hoje, sem dúvida, o mais populoso de nossa cidade. No final dos anos setenta do século passado nada mais era do que uma gleba de terra que começava numa estrada de piçarra e ia até às imediações do Lago Seco. Na beira da estrada ficava o Campo da Catingueira (alusão a um arbusto da nossa caatinga) onde se disputava partidas de futebol aos domingos. Lembro ainda de um destes jogos que meu pai me levou a assistir. Naquele tempo ainda se podia vislumbrar grandes áreas de terra que ainda não tinham sido incorporadas à urbanização recente que a cidade experimentava. Com visão de futuro o proprietário deste terreno fez a lógica inversa da especulação imobiliária e, de uma só vez resolveu alguns problemas que Camocim enfrentava naquele momento.
Primeiro fez a doação para o Instituto São José que enfrentava problemas financeiros com sérias ameaças de fechamento. As Irmãs Capuchinhas lotearam toda a área e puderam soerguer o tradicional estabelecimento de ensino da cidade. Com a venda dos lotes a preços razoáveis e parcelados surgiram as primeiras casas do bairro, visto que, havia uma grande demanda de pessoas vindas do interior do município e de cidades vizinhas (base da população do bairro) em busca de novos ares. Portanto, nisso vemos a relação com o nome dado – uma nova esperança para as pessoas que aqui chegavam e buscavam uma nova vida. Esperança também para o ISJ que pode se consolidar como equipamento educacional. 
No entanto, a ação do proprietário, Coronel Libório Gomes da Silva ainda teria repercussões na área educacional ao doar parte deste terreno para a fundação do Colégio Estadual Monsenhor José Augusto da Silva, por muito tempo e ainda hoje chamado de Colégio Novo no local onde ficava o Campo da Catingueira. Com isso, o Governo do Estado pode instalar em Camocim uma escola pública, proporcionando esperança para os filhos dos moradores da área em busca de uma educação gratuita, e que até hoje presta serviços à nossa comunidade. 
Coronel Libório não é lembrado pela nomenclatura das ruas do bairro. E nas escolas referidas? 
Carlos Augusto Pereira dos Santos
Historiador
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