terça-feira, 22 de outubro de 2013

SOBRE CAMOCIM...E O OURO NEGRO

Ontem vivemos a expectativa do primeiro leilão dos poços de petróleo do pré-sal. Afora as manifestações contrárias às negociações, o governo tenta dar mais um "gás", nas áreas de educação e saúde com os dividendos da futura exploração petrolífera no sentido de melhorar os índices nestas pastas cruciais para o desenvolvimento do país. O grande problema no Brasil é a real aplicação do dinheiro destinado a atacar estes problemas seculares. Se hoje o governo espera turbinar seu orçamento com o dinheiro do pré-sal, Camocim já viveu a sensação de contar com os simples royalties advindos das pesquisas de petróleo e outros minérios em nosso litoral.
Efetivamente, em abril de 1971, o Jornal do Brasil, publicou algumas reportagens que mostrava o entusiasmo, na época, do então prefeito de Camocim José Maria Primo de Carvalho com as prospecções da empresa RIB S/A com descobertas de jazidas de areia monazítica e petróleo nas praias de Maceió, Tatajuba, Farol e Barra dos Remédios. Além destes minérios, as sondagens especulavam ainda a presença de luminita, rútilo, titânio e tório. Mais uma vez, essas possibilidades de exploração de minérios se associavam com a recuperação econômica do Porto de Camocim. Não sabemos se as jazidas posteriormente se mostraram inviáveis economicamente ou se foi mais um discurso pronto em vésperas de campanha política. O certo é que estas notícias voltariam nos anos 1980 e vez por outra ainda reaparecem, como agora, no sentido de que a pesquisa e exploração de novos campos de petróleo na costa cearense viabilizarão os grandes projetos nas áreas de siderurgia, refinaria  indústria naval. É esperar para ver.
Carlos Augusto Pereira dos Santos
Historiador
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