Ontem vivemos a expectativa do primeiro leilão
dos poços de petróleo do pré-sal. Afora as manifestações contrárias às
negociações, o governo tenta dar mais um "gás", nas áreas de educação
e saúde com os dividendos da futura exploração petrolífera no sentido de melhorar
os índices nestas pastas cruciais para o desenvolvimento do país. O grande
problema no Brasil é a real aplicação do dinheiro destinado a atacar estes
problemas seculares. Se hoje o governo espera turbinar seu orçamento com o
dinheiro do pré-sal, Camocim já viveu a sensação de contar com os simples
royalties advindos das pesquisas de petróleo e outros minérios em nosso
litoral.
Efetivamente, em abril de 1971, o Jornal do
Brasil, publicou algumas reportagens que mostrava o entusiasmo, na época, do
então prefeito de Camocim José Maria Primo de Carvalho com as prospecções da
empresa RIB S/A com descobertas de jazidas de areia monazítica e petróleo nas
praias de Maceió, Tatajuba, Farol e Barra dos Remédios. Além destes minérios,
as sondagens especulavam ainda a presença de luminita, rútilo, titânio e tório. Mais uma vez, essas possibilidades de exploração
de minérios se associavam com a recuperação econômica do Porto de Camocim. Não
sabemos se as jazidas posteriormente se mostraram inviáveis economicamente ou
se foi mais um discurso pronto em vésperas de campanha política. O certo é que
estas notícias voltariam nos anos 1980 e vez por outra ainda reaparecem, como
agora, no sentido de que a pesquisa e exploração de novos campos de petróleo na
costa cearense viabilizarão os grandes projetos nas áreas de siderurgia,
refinaria indústria naval. É esperar para ver.
Carlos Augusto Pereira dos Santos
Historiador
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