Com as
festividades pela passagem dos 134 anos de emancipação política de
Camocim, para mim ficou patente um aspecto: a diversidade cultural
dos camocinenses no campo das artes. Venho dizendo isso há algum
tempo, mas, tive essa tese comprovada por amigos de Sobral que
convidei para a solenidade do XXV Salão de Artes. Saíram de lá
maravilhados com o que viram. Mal sabiam eles que ali estava apenas
uma parcela de homens e mulheres talentosos que exporam seus
trabalhos à visitação pública. Quantos outros não estão
esperando uma oportunidade ou vencer a inibição inicial?
Não quero
ser bairrista, posto que a arte é universal, mas, onde nesta região
poderíamos reunir a genialidade de um Totõe com seus quadros
autorais, com as técnicas de um Eglauber com suas velas, de um
Eduardo que dá novas cores e formas ao nosso passado histórico, de
um Francisco das Chagas com sua precisão figurinista (vencedor com a
tela "A Feira") (foto), num mesmo evento? As fotografias, os
desenhos e as poesias nos confirmam essa rara sensibilidade que faz
do camocinense e de quem aqui chega, donos de um talento especial que
precisa também ser melhor explorado e incentivado. Passou o evento,
mas, é preciso que estes artistas possam ter condições de mostrar
seus trabalhos fora de Camocim. Uma política cultural bem feita pode
dar esse suporte.
Penso que a estes artistas devem ser dadas as
condições para que eles possam levar suas habilidades para as
escolas no sentido de descobrir novos talentos e renovar essa
tradição que alia o nosso capital humano com nossos recursos
naturais. Uma conversa que tive com a Secretária da Cultura Ana
Maria Veras me deixou esperançoso de que novos caminhos possam ser
trilhados na cultura camocinense, principalmente se ela puder usar o
que reza o orçamento determinado pela Constituição.