terça-feira, 19 de novembro de 2013

CARTA AO PRESIDENTE DA CÂMARA DE CAMOCIM

Carta  ao Presidente da Câmara Municipal de Camocim
Camocim, 18 de novembro de 2013
Senhor Presidente, tenho 42 anos, desses, 15 dedicados ao serviço público sem que tenha recebido nenhuma admoestação verbal ou por escrito dos meus superiores ou de quem quer que seja. Não pesa sobre o meu nome nenhuma queixa, suspeita, processo nem como pessoa física, nem como servidora, status que muito me orgulha, pois fui criada em uma família simples, mas de valores morais e éticos fortes, valores esses que são minha referência na vida e com os quais crio minhas duas filhas. Tenho ainda como traço de personalidade, a discrição, traço que me distancia de muitos costumes locais, das corriqueiras picuinhas políticas, mas vivo bem assim, sou de poucas palavras.
O que então me traz a essa casa hoje? Eu lhe respondo Presidente, dois sentimentos: indignação e justiça. Na sessão desta casa na semana passada o senhor se utilizou como já fez em outra vez da tribuna, onde o cobre, o manto da imunidade parlamentar, símbolo da covardia, criado pela nossa recente e ainda imatura democracia, para fazer um desafio ao meu marido, o Blogueiro Tadeu Nogueira.
Textualmente o Sr. Disse “eu te desafio Tadeu a escrever uma matéria bem feita, esclarecendo de uma vez por todas como um computador da Escola Alba Maria, em 2005 foi parar na tua casa”. Pois bem presidente, eu estou aqui para lhe fazer esse esclarecimento, pois em 2005, era eu a responsável como diretora selecionada em concurso público pela Escola Alba Maria de Araújo Lima Aguiar.
Na minha casa Presidente, nunca entrou, nem entrará nenhum bem que não tenha sido adquirido pelo suor do meu trabalho ou de meu marido. Eu, Francisca Jairla Freitas Veras Nogueira, nunca levei ou autorizei que alguém levasse nenhum bem da escola para a minha casa. Portanto  Presidente, a sua insinuação não é só leviana, ela é mentirosa, mas isso dito assim, é sua palavra contra a minha e não é justo que a partir de agora,  a partir do seu pronunciamento pese essa dúvida sobre o meu caráter.
Eu entreguei, Presidente, a Escola Alba Maria, após concluir o meu período de gestão e coincidentemente no início da gestão do ex- prefeito Chico Vaulino, a uma equipe composta para esse fim, com todos os bens materiais e imateriais descritos em um documento. Nele, continham, além dos documentos da Escola concluídos e em revisão, a relação patrimonial de tudo que ali existia. Em cada porta dos armários, deixei uma cópia digitada de tudo que ali havia, com suas respectivas quantidades. As pessoas que compunham a equipe que recebeu tudo isso de minhas mãos está viva e com saúde, graças a Deus. Então Presidente, eu quero lhe fazer um desafio e um pedido. O desafio: dispa-se da sua imunidade parlamentar e refaça as suas insinuações como cidadão comum, então estaremos em igualdade de condições e poderei defender-me definitivamente. O pedido: não use o meu nome, nem o de minha família, meu pai, minha mãe, pra falar de respeito. O senhor, quando lhe foi oportuno, não respeitou a sua família, respeitará a minha? 
Atenciosamente,
Francisca Jairla Freitas Veras Nogueira

Lá vou eu: A carta acima, apesar de ter sido protocolada junto à Secretaria da Câmara na manhã de Segunda-feira (18), não foi autorizada a ser lida pelo Presidente da Câmara durante a Sessão Legislativa realizada à noite, mesmo com o secretário da instituição tendo dito à Vereadora Iracilda Rodrigues, antes da sessão, que ela estaria na Ordem do Dia. 
Além disso, estranhamente a Tv Câmara ficou fora do ar durante toda a sessão. Ao final da sessão, vendo que o assunto não seria tocado pela presidência, a Vereadora Iracilda leu a carta, com autorização da sua autora, que queria apenas o direito de se manifestar de forma democrática e contraditória ao que havia sido dito na semana passada em tribuna. O curioso é que na semana passada a Tv Câmara não estava fora do ar. Após escutar a carta, o Presidente da Câmara não soube se posicionar sobre o que estava escrito. Preferiu mudar de assunto. Sem argumento, ele preferiu foi contestar a decisão da vereadora em ler a carta em plenário, como se quisesse censurar a mesma, como se ela não tivesse esse direito.     
Tadeu Nogueira (Editor do Camocim Online)