Uma
cidade inteira de sequelados ou mortos. Parece roteiro apocalíptico de filme
hollywoodiano. Mas, numa analogia numérica, é vida real. É uma Morada Nova
habitada só por vítimas de acidentes com motocicletas. Ou uma Pacajus. Ou uma
Camocim. Ou, ainda, os bairros fortalezenses do Dendê, Meireles, Pedras e
Papicu, juntos. Entre janeiro de 2002 e junho deste ano, 62.411 pessoas ficaram
feridas ou morreram ao envolverem-se em ocorrências de trânsito sobre duas
rodas no Ceará.
Foram
5.472 mortos nestes 11 anos e meio. O equivalente a todos os moradores do
Dendê. Já os feridos foram 56.939. Algo como as populações do Meireles, Papicu
e Pedras somadas.
Mortes
e ferimentos que poderiam ser evitados, segundo quem lida com o problema, em
até 90% se poder público e condutores adotassem as medidas necessárias. “O foco de mobilidade hoje é o veículo motorizado
particular. É preciso mudar isso! O argumento de que é “pro futuro” é coisa de
gente que não quer fazer. Pra começo de conversa, poderíamos ter um discurso
político mais ético. Porque o mesmo governo que diz que quer salvar vidas é o
que subsidia a venda de veículos reduzindo impostos”, critica a professora do
curso de psicologia da UFC e pesquisadora em mobilidade humana, Gislene Macêdo.
Ela
cobra prioridade – orçamentária e de pacto cooperativo entre municípios,
estados e União – na execução de medidas preventivas, seja por meio de
fiscalização ou campanhas de educação em massa. “É certo que algo vai
acontecer. A gente só não sabe quem será. Mas sabe que algum motociclista
ficará ferido ou morrerá todo dia no trânsito. Se a gente sabe disso, não é
acidente. O que se deseja? Um milagre? Isso não existe. Só existe trabalho. É
preciso expor a ferida para cuidar dela.”
Lá vou eu: A verdade é que ninguém quer cuidar desse "pepino", porque isso é impopular e, segundo os políticos, tira votos. Tudo é política. Vamos citar um exemplo que ficou conhecido em Camocim: Uma determinada pessoa foi multada em 2004 por não portar CHN, trafegar sem capacete e simplesmente não ter o documento de sua moto. Ou seja, errada de A a Z.
Lá vou eu: A verdade é que ninguém quer cuidar desse "pepino", porque isso é impopular e, segundo os políticos, tira votos. Tudo é política. Vamos citar um exemplo que ficou conhecido em Camocim: Uma determinada pessoa foi multada em 2004 por não portar CHN, trafegar sem capacete e simplesmente não ter o documento de sua moto. Ou seja, errada de A a Z.
Por conta dessa multa ela saiu "detonando" o prefeito da época e disse que daquele momento em diante ela iria votar no partido adversário. Entenderam como funciona a coisa no interior? Se multar o prefeito não presta, se deixar de multar é omisso. Quando a PRE aperta nas estradas, o governador é perseguidor, se deixar de multar, é porque não tem interesse em prevenir mortes e acidentes. Além disso, hoje qualquer pessoa pode comprar uma moto sem entrada, levar pra casa, e só depois sair "aprendendo" pela ruas e estradas, colocando em risco a vida dos outros e a dela própria. Só depois de muito tempo, e somente se for multada a primeira vez, ela vai se preocupar com a CNH e documento do veículo. Virou "moeda de troca", gente assim dizer que vai "trocar de partido" caso seja multado. E quando é multado, apela pro seu "vereador" pra ter a moto liberada. Só falta alguém dizer que não é assim que a coisa funciona. A última morte em Camocim de motociclista ocorreu na última sexta-feira (15). A próxima pode ser a qualquer instante. Essa é a realidade, nua e cruz.
Postado por Tadeu Nogueira às 08:00h
Com informações do Jornal O Povo