O presidente do Tribunal de Justiça do Ceará,
Luiz Gerardo Pontes, admitiu nesta segunda-feira (14), haver a compra de habeas
corpus para soltura de presos nos plantões do tribunal. A suspeita é que a
venda de habeas corpus ocorre nos fins de semana e nos feriados, durante os
plantões do Tribunal de Justiça. Segundo o tribunal, a liminar de soltura era
vendida por até R$ 150 mil.
"A palavra esquema é muito forte, temos
indícios de que há uma rede organizada para conceder liminares criminais. Dois
desembargadores são investigados pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) . Há
elementos também que incriminam advogados", diz Luiz Gerardo.
Segundo o Tribunal de Justiça, os indícios de
fraudes foram levantados a partir da grande movimentação de advogados que buscam
a soltura de clientes nos fins de semana. Em um dia normal de movimentação, o
TJ costuma receber 15 pedidos de soltura; nos fins de semana e feriados, esse
número sobe para uma média de 70 pedidos.
O Conselho Nacional de Justiça investiga o caso,
entre eles, dois desembargadores do Ceará. Os nomes não foram revelados para
não atrapalhar as investigações. Ainda segundo Luiz Gerardo, um dos
beneficiados no esquema de compra de habeas corpus é Márcio Gleidson, da Silva,
preso em 10 de março. Gledson é acusado de matar um policial e o amigo, em
junho do ano passado, e também de chefiar quadrilhas de tráfico de droga no
Ceará.
O CNJ faz um mapeamento dos casos de solturas
sob suspeita. Segundo Luiz Gerardo, o esquema de venda de habeas corpus ocorre
no Ceará desde 2011. O mapeamento do Tribunal de Justiça foi concluído para o
ano de 2013, quando ocorreram dezenas de irregularidades, segundo o presidente
do Tribunal.
Lá vou eu: Quando algo dessa gravidade é admitida pelo representante maior do judiciário no estado, fico imaginando o tamanho real desse escândalo. Recorrer a quem agora?
Postado por Tadeu Nogueira às 09:38h
Com informações do G1CE