Foi com este nome poético que intitulei um
projeto e ousei concorrer no disputadíssimo edital Rumos Itaú Cultural.
Denomina-se: Mar de Talentos: literatura, poesia, artes plásticas e música de
Camocim. Referido projeto procurava reunir numa obra única e de promoção
cultural uma amostra do que se produz em Camocim historicamente nas áreas da
literatura, poesia, artes plásticas e música no sentido de promover a cultura e
o turismo do município mostrando suas belezas através do talento dos autores
destas mesmas áreas, evidenciando as belezas naturais e o povo do município. A
ideia era que se pudesse ter uma publicação de referência, com qualidade
editorial contendo uma seleção das melhores crônicas, poesias, pinturas e
músicas de autores locais que evidenciassem o talento dos mesmos já
demonstrados em eventos realizados no município como feiras, salões de arte,
festivais, jornais e outras publicações. Como produto físico o projeto pretendia
publicar uma espécie de Livro Catálogo com capa dura, com papel de qualidade e
um CD com músicas de antigos festivais que a gestão pública promovia e que
“cantavam” a cidade de Camocim. Referido CD viria inserido na contracapa do
livro como uma espécie de bônus.
Na composição da obra, pensava-se em procurar
relacionar os temas das crônicas e poesias com os quadros dos pintores locais,
intercalando-os. Na justificativa do projeto assinalamos ser Camocim é um dos
raros municípios do Ceará, com cerca de 60.000 habitantes, distante 376 km da
capital, Fortaleza, com um celeiro de talentos que englobam a literatura, a
poesia, as artes plásticas e a música. Dito isto, pensamos, no entanto, que
poucas são as chances destes artistas mostrarem seus talentos numa obra de
relevância. Apesar da tradição de um salão de artes que no ano de 2013
completou sua XXV edição, a amostra resumia-se ao evento em si, sem maiores
repercussões. Por outro lado, a cidade já teve um Festival de Musica há dez
anos desativado, cuja abrangência em suas últimas edições era nacional, com boa
participação de músicos e compositores locais que cresceram muito com este
intercâmbio.
A visibilidade deste projeto poderia reativar, por exemplo, o
Núcleo de Artes e Cultura (NAEC) que existe na cidade e que ensina crianças e
jovens a tocar instrumentos musicais, ora sem muita relevância. No campo da
poesia, tinha-se o jornal “O Literário” (desativado há mais de oito anos) que
publicava poesias e crônicas de autores locais e regionais e era distribuído
gratuitamente pelo Brasil afora, fruto de seus próprios colaboradores
representantes do Grêmio Literário Prof. Ivan Pereira de Carvalho e Academia
Camocinense de Ciências, Artes e Letras. A publicação visava, portanto, não
somente selecionar o que de melhor poderíamos apresentar nas áreas propostas,
mas, poder alavancar a cultura local no seio destas instituições e sensibilizar
o poder público para o grande potencial cultural do município no sentido que se
proponha realmente uma política pública para a cultura local. Com a tiragem da
publicação pretendia-se atingir as escolas da rede pública, principalmente,
mostrando o trabalho dos artistas em cada área em oficinas de interação com
estudantes e professores, além de servir como um referencial da cultura local
para a população camocinense e turistas que nos visitassem.
Pretendia-se também
realizar um lançamento da obra por ocasião das festividades dos 135 anos de
emancipação política do município que ocorrerão em setembro de 2014 com um show
de apresentação do CD com as músicas dos antigos festivais, além, é claro, de
uma página do Projeto “Mar de Talentos” na internet e suas repercussões nas
redes sociais. Aos amigos e artistas contactados e que estavam na expectativa
de uma seleção fica nossa tentativa de sempre trabalhar a favor da cultura e da
história local, independente de qualquer obstáculo. Dentre mais de 15 mil
projetos inscritos estivemos pelo menos concorrendo, mostrando nosso potencial,
que está aí para quem quiser investir.
Carlos Augusto Pereira dos Santos
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Fonte: Diccionário Bio-bibliográfico Cearense-Barão de Studart