Juro que não sei mais o que sinto quando vejo
certas coisas acontecendo neste mundo, coisas que se repetem, e que em seguida
gera uma reação sempre igual, mas que não consegue evitar que logo depois,
volte a ocorrer. A torcedora do Grêmio Patrícia Moreira (foto) deixou o
anonimato ao ser flagrada pelas câmeras do canal fechado "ESPN"
chamando de "macaco" o goleiro Aranha, do Santos, em partida
disputada em Porto Alegre na quinta-feira (28). Ela e um outro grupo, que
também chamou o goleiro de "preto fedido", decidiram, já que seu time
estava perdendo em casa, descontar a frustração, ou talvez revelar realmente
quem são, atacando de forma covarde um profissional que estava ali cumprindo
sua função. O ato racista dessa jovem, assim como ocorreu em outras ocasiões,
envolvendo o mesmo tema, vem gerando revolta e manifestações das mais diversas
na imprensa em geral, sobretudo nas redes sociais. Do emprego ela já “voou”.
Ela
foi afastada do trabalho por causa da atitude. Patrícia prestava serviços ao
Centro Odontológico da Brigada Militar. Não tinha vínculo empregatício com a
corporação, mas era contratada por uma empresa que prestava serviço. Por causa
da conduta inadequada durante período de folga, ela foi afastada do emprego e
substituída em suas funções. O Grêmio, que mantém em seu time atletas negros,
emitiu nota repudiando a atitude da garota e do grupo de torcedores que estava
com ela.
O Goleiro Aranha irá entrar na justiça contra o ato de racismo
cometido contra ela. Mas aí eu pergunto: O que fazer para que em breve eu não venha
novamente falar sobre um novo caso de racismo desse tipo? O que as autoridades poderiam fazer para dar
um basta nisso? Fica aqui minha solidariedade ao Goleiro Aranha, que em sua
entrevista logo após o jogo, me deixou emocionado, ao segurar as lágrimas, mas
mantendo a sensatez, a moral, e isso tudo certamente pensando em sua família,
que deve ter visto ele ser atacado pela arma mais letal de todas: A língua.
Postado por Tadeu Nogueira às 12:25h
Foto reproduzida da ESPN TV