Estamos em plena seca que se segue há três anos por conta
dos invernos irregulares. Se se repetir em 2015, a recorrência ao flagelo de
1915 será automático. Fala-se em colapso nos sistemas de abastecimento e de
medidas de racionamento. Os mananciais a cada dia se esgotam e a população
ainda desperdiça água.
Este preâmbulo é para falarmos daquele que pode ter sido
nosso primeiro sistema de abastecimento do líquido vital. O ano era 1925.
O Prefeito, Francisco Nelson Pessoa Chaves. A notícia foi a publicação da Lei
Nº 100, de 20 de agosto de 1925. Por essa lei, a administração municipal
aprovava e ampliava o contrato de abastecimento d'água da cidade com o
concessionário Manoel Pinto Filho. Aprovada pela Câmara Municipal e
sancionada pelo prefeito, a tal lei privilegiava o concessionário ou
empresa desde que os mesmos organizassem o abastecimento d'água, inclusive do
porto, o que demonstra a importância desse espaço de trabalho para a cidade.
Interessante notar na referida lei a dispensa de caução por parte do concessionário,
desde que o material usado para o abastecimento d'água não pudesse "ser
transferido definitivamente a ninguém sem assistência do município". Este
fragmento da lei dá pistas sobre um primeiro tipo de sistema de abastecimento,
embora que a publicidade da lei no jornal sobralense Brazil Livre (foto ao lado) não
ofereça mais detalhes sobre como o mesmo era feito, como por exemplo, se a água
era encanada. Como se sabe, o abastecimento d'água dessa forma e mais
abrangente, ligado ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) só foi
implantado no começo dos anos 1960. De qualquer forma, a publicação dessa
lei mostra que a preocupação com o abastecimento d'água é antigo.
Carlos Augusto Pereira dos Santos