quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

SOBRE CAMOCIM... E AS LEMBRANÇAS DE J. MACÊDO

Amigos me pedem para falar um pouco de J. Macêdo, o rapazola que saiu de Camocim para ser um dos maiores empresários do país. Sua história de sucesso é contada e recontada em livros, reportagens e documentários. Já tratamos inclusive da sua trajetória política no Blog Camocim Pote de Histórias, na Série Parlamentares Camocinenses. Mas, o que liga a história e a figura de José Dias Macedo (J. Macêdo) a Camocim além de ter sido seu lugar de nascimento? Há quem diga, que o mesmo fez ou faz muito pouco pela sua cidade natal. Não quero entrar nesse mérito, afinal de contas um empresário do seu porte aprendeu onde e como investir seu dinheiro. Lembro ainda do seu discurso de inauguração do Colégio Georgina Leitão Macêdo quando pedia desculpas aos vizinhos pelos transtornos que a obra tinha provocado e de uma breve referência, entre o cômico e o irônico, sobre os preços que teve de pagar por umas casinhas para que o empreendimento escolar pudesse ter aquela estrutura. Para mim, o importante é o fato de o grande empresário não negar suas origens, escrevendo nossa cidade na história empresarial e industrial do país. Do alto dos seus 94 anos, pelo menos as lembranças da infância são imorredouras, como as relatadas ao jornalista João Soares Neto: 
"Embora eu morasse em uma casa simples e fosse um menino pobre, nunca senti essa pobreza porque sempre fui muito bem alimentado e contei com a convivência de uma família com muitos irmãos e tios. Contei também com pai e mãe muito empenhados com a formação dos filhos. Nasci em uma cidade praiana e na praia tem sempre o que comer. Tem também muito espaço para a gente se divertir. Costumávamos atravessar o rio Coreaú numa canoa à vela para ir tomar banho de água doce nas lagoas formadas entre as dunas. Existiam muitas lagoas. Como a gente tomava banho pelado, os meninos ficavam separados das meninas. Cada qual em uma lagoa. Na época de caju, a gente se reunia para chupar caju e assar castanha. Meu pai sempre levava a gente para passar as férias em um lugarzinho perto de Massapé, chamado Riachão, por onde passava a estrada de ferro, e ali a gente tinha contato com outras pessoas. Era muito bom. Camocim, comparado com Riachão, era uma cidade avançada, tinha porto e o trem estacionava dentro da própria gare. Era uma festa a espera do trem nos dias de domingo. Quer dizer, fui um menino pobre, mas com uma infância muito saudável". 
Carlos Augusto Pereira dos Santos
Historiador
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Fonte entrevista: www.joaosoaresneto.com.br/entrevistas_dias_macedo.asp