(Inácio Santos)
Airado, lunático, maluco, abestado, pinéu são alguns dos muitos nomes atribuídos àqueles que infelizmente têm distúrbios mentais, ou seja, os loucos.
No decorrer dos meus dias, já conheci vários deles, cada um com sua peculiaridade, pois muito bem propaga a sabedoria popular, que “todo doido tem sua mania”. Chico Doido foi um deles. Era assim que todos o chamavam. Chico era branco, na época (1970), aparentava 35 anos, estatura mediana, tipo caucasiano, sujo, e gostava de levar consigo todo tipo de tralha (latas, um berimbau que nunca ouvi tocar, sacolas velhas, etc.). Não era muito de conversa; falava quase sempre com monólogos ou frases entrecortadas. Não parava em um só lugar, estava sempre andando de um lado pro outro. Tinha como lugar preferido (a exemplo de tantos outros) o mercado público, embora esporadicamente também percorresse as ruas da cidade. Chico Doido não era de pedir, quando muito, pedia comida, se a fome fosse demais, pois comumente sabia os lugares e as pessoas certas que lhe davam. Comia de tudo! Cenas que ficaram para sempre em minha memória era quando os marchantes (magarefes), na maioria, até numa espécie de divertimento maldoso, ao vê-lo circulando nas imediações das bancas, lhe ofereciam vísceras cruas (tripas de porco, carneiro ou boi). Chico Doido comia-as com a avidez e o gosto de quem saboreia um delicioso quitute. Enquanto pessoas paravam para olhar, mulheres engulhavam, eles se divertiam dando sonoras gargalhadas. Chico tinha por vício (ou loucura) fumar restos de cigarros que juntava do chão, às vezes comia as guimbas (baganas).
Leia o texto completo AQUINo decorrer dos meus dias, já conheci vários deles, cada um com sua peculiaridade, pois muito bem propaga a sabedoria popular, que “todo doido tem sua mania”. Chico Doido foi um deles. Era assim que todos o chamavam. Chico era branco, na época (1970), aparentava 35 anos, estatura mediana, tipo caucasiano, sujo, e gostava de levar consigo todo tipo de tralha (latas, um berimbau que nunca ouvi tocar, sacolas velhas, etc.). Não era muito de conversa; falava quase sempre com monólogos ou frases entrecortadas. Não parava em um só lugar, estava sempre andando de um lado pro outro. Tinha como lugar preferido (a exemplo de tantos outros) o mercado público, embora esporadicamente também percorresse as ruas da cidade. Chico Doido não era de pedir, quando muito, pedia comida, se a fome fosse demais, pois comumente sabia os lugares e as pessoas certas que lhe davam. Comia de tudo! Cenas que ficaram para sempre em minha memória era quando os marchantes (magarefes), na maioria, até numa espécie de divertimento maldoso, ao vê-lo circulando nas imediações das bancas, lhe ofereciam vísceras cruas (tripas de porco, carneiro ou boi). Chico Doido comia-as com a avidez e o gosto de quem saboreia um delicioso quitute. Enquanto pessoas paravam para olhar, mulheres engulhavam, eles se divertiam dando sonoras gargalhadas. Chico tinha por vício (ou loucura) fumar restos de cigarros que juntava do chão, às vezes comia as guimbas (baganas).
Postado por Tadeu Nogueira às 10:16h
Artigo publicado em 12 de Julho de 2009