O desenvolvimento do Alzheimer pode começar 18
anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas da doença e,
consequentemente, do diagnóstico. É o que mostra um novo levantamento publicado
na última edição da revista científica Neurology. Até agora,
os estudos haviam mostrado que os processos biológicos que causam o transtorno
começavam entre 10 e 12 anos antes de os doentes notarem os primeiros sinais do
declínio cognitivo.
Para
o estudo, os pesquisadores da Universidade Rush, nos Estados Unidos,
acompanharam 2 125 idosos durante duas décadas. Os voluntários eram saudáveis e
tinham, no mínimo, 65 anos.
A cada três anos, os participantes eram submetidos
a testes para avaliar a função cognitiva. Ao final do estudo, 21% dos participantes tinham
sido diagnosticados com a doença. Ao olharem para os resultados das avaliações,
os pesquisadores perceberam que aqueles que receberam o diagnóstico sempre
apresentaram pontuações mais baixas durante todo o estudo. Na verdade, a
pontuação diminuiu de forma progressiva em cada teste. Segundo a conclusão do
estudo, para cada ponto a menos, o risco de desenvolver Alzheimer aumentava
85%.
Os
autores alertam, contudo, que os resultados só servem para o grupo estudado e
ainda não podem ser utilizados para prever o risco de um indivíduo desenvolver
a doença.
A pesquisa aponta para novas abordagens como a utilização de testes
não-invasivos e de fácil aplicação para avaliar os riscos das pessoas de
meia-idade desenvolverem a demência.
Estima-se
que 35 milhões de pessoas têm Alzheimer no mundo. No Brasil, são 1,2 milhão de
casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico, segundo a Associação
Brasileira de Alzheimer.
Postado por Tadeu Nogueira às 23:12h
Com informações da Veja