Com cerca de mil empresas no Ceará e responsável
pela geração de aproximadamente 50 mil empregos diretos, o setor mineral
apresenta um potencial que pode contribuir muito com o crescimento econômico e
social do Estado, mas que ainda precisa ser melhor explorado comercial e
tecnologicamente.
De caráter ainda bastante extrativista, em sua
maior parte, o segmento das rochas ornamentais (mármores e granitos), por
exemplo, tende a fechar 2015 com US$ 25 milhões em exportações, valor que
poderia ser quintuplicado para algo em torno de US$ 125 milhões, se o produto
extraído fosse beneficiado aqui.
O setor apresentou, no primeiro semestre de 2015,
crescimento de 51% das exportações do Ceará, em comparação a igual período do
ano passado. Hoje, explica o presidente da Câmara Setorial Mineral e do
Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran), Carlos
Rubens de Alencar, cerca de 20 empresas capixabas pesquisam e lavram as pedras
no Ceará, levam os blocos e beneficiam no Espírito Santo, de onde exportam com
valor agregado.
Conforme contabilizou, um bloco de granito de dez
metros cúbicos é vendido no Ceará a US$ 20 mil. Após ser beneficiado fora, é
transformado em peças menores e que resultam em 250 metros quadrados, rendendo
US$ 65 mil na exportação, quase três vezes mais do que o preço em bloco.
"O setor mineral do Ceará exporta cerca de US$ 25 milhões, mas podemos
exportar US$ 120 milhões, ou seja, temos o potencial de agregar em quase 10% as
exportações cearenses, se considerarmos o montante de US$ 1,4 bilhão das vendas
externas do Estado, em 2014", destaca Alencar. Potencial que, segundo o empresário, não se limita
ao mármore e granito, e que se expressa na variedade de minerais encontrados no
solo cearense, tais como o calcário, magnesita, gesso, quartzolito, o fosfato e
urânio de Itataia, e ainda cerâmica, água mineral e agregados (brita, areia).
Diante da capacidade de beneficiamento de granitos e mármores instalada no
Estado, Alencar projeta que até 2020, o Ceará estará exportando cerca de US$
150 milhões, cinco vezes mais do que o montante atual.
"O Ceará é a principal fronteira dos granitos
superexóticos, quartzitos e limestones do Brasil, e isto vem atraindo a atenção
da empresas do Brasil e dos países consumidores", ressalta Alencar. Ele
aponta os municípios de Quixadá, Banabuiú, Sobral, Massapê, Uruoca, Granja,
dentre outros, como os de maior potencial extrativista no Estado. "Santa
Quitéria é a maior jazida", diz.
Postado por Tadeu Nogueira às 10:43h
Com informações do DN / Foto meramente ilustrativa