De frente ao espelho, com a bata aberta e os seios
desnudos, o olhar corre instantaneamente para o ponto em que agora a aréola
torna a ter cor. A costureira Idelzuite de Araújo, 51, se abre num sorriso de
lábios cor de rosa e exclama: “Agora tenho um peito de verdade de novo”. Das
mãos hábeis da micropigmentadora Sheila Oliveira, 38, o desenho foi feito de
tinta e traçado na pele que já trazia as marcas da batalha vencida contra o
câncer de mama.
A costureira foi uma das oito mulheres que tiveram
as aréolas redesenhadas no terceiro ano de ações do projeto Amigos do Peito,
feito em parceria com o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de
Serviços de Saúde no Estado do Ceará (Sindisaúde), Faculdade Metropolitana da
Grande Fortaleza (Fametro) e o Grupo de Estudos e Micropigmentação (GEM).
Menos invasiva que o procedimento cirúrgico de reconstrução
da aréola, a pigmentação é indicada também para quem não quer rememorar a
experiência, às vezes traumática, da sala de cirurgia. Uma das idealizadoras da ação, a esteticista e
micropigmentadora Gisele de Paulo reúne na palavra “gratificante” o sentimento
que impulsiona todo o grupo em seguir com o trabalho voluntário. “Esse é um
trabalho que mensalmente eu faço sem cobrar. Muitas daqui fazem o mesmo. Não é
o lucro. É engrandecedor ser a condutora dessas mulheres para uma etapa mais
feliz da vida”, conta. A micropigmentação pode chegar a custar R$ 800 e se
torna inacessível para muitas mulheres.
Postado por Tadeu Nogueira às 15:09h
Com informações de Domitila Andrade (O Povo Online)
Foto: Camila de Almeida