Este é o tempo de resgatar os valores da
feminilidade. Longo caminho! Salvo em raras ocasiões, como das lendárias
amazonas, ou no mundo fantasioso das realezas, na História do Mundo as mulheres
sempre estiveram à sombra dos homens. Somente nos fins do século XIX, chegaram
da Europa conceitos pedagógicos e filosóficos que facilitaram a luta pela real
feminilidade das brasileiras, ampliando seus espaços nas sociedades “modernas”
do mundo ocidental.
Naqueles tempos da era vitoriana, por volta de 1900, a mulher era tida como um ser que só contava para procriar, cuidar da casa e dos filhos. Não era vista sequer como um ser merecedor do legítimo prazer que o sexual confere aos seres humanos. Pelo contrário, era controlada pelo olho mágico da sociedade, da Igreja, da Medicina, para que não se entregasse a tais prazeres. Prazer sexual era considerado “pecado”, coisa feia, para ambos os sexos, mas é como se fosse monstruoso quando se tratava da mulher. Mulher que tinha orgasmo pegava mal, era algo da ordem do despudor, da indecência.
Isso foi há 100 anos - não faz tanto tempo assim.
Naqueles tempos da era vitoriana, por volta de 1900, a mulher era tida como um ser que só contava para procriar, cuidar da casa e dos filhos. Não era vista sequer como um ser merecedor do legítimo prazer que o sexual confere aos seres humanos. Pelo contrário, era controlada pelo olho mágico da sociedade, da Igreja, da Medicina, para que não se entregasse a tais prazeres. Prazer sexual era considerado “pecado”, coisa feia, para ambos os sexos, mas é como se fosse monstruoso quando se tratava da mulher. Mulher que tinha orgasmo pegava mal, era algo da ordem do despudor, da indecência.
Isso foi há 100 anos - não faz tanto tempo assim.
Felizmente com a emancipação feminina e, cada vez
mais, as mulheres ascenderam culturalmente e hoje andam por toda parte, discutindo,
criando, agindo e governando. Até as muçulmanas, mesmo as de comunidades mais
radicais, iniciam sua brava caminhada em busca da identidade sociocultural. No
Brasil, longe vão os dias em que somente uns poucos intelectuais mais
“avançados”, vivendo numa província dominada pela mentalidade patriarcal,
defendiam o direito a igualdade, liberdade e independência mental feminina.
Os vitorianos não acreditariam no que vemos hoje
nos meios de comunicação. A exaltação do prazer feminino. Isso pode ser bom, e
ao mesmo tempo temeroso, naquele sentido de que o proibido vem se tornando
obrigação. Haja ou não haja desejo, a ordem é ter orgasmo. De um extremo
passamos ao outro. Fico a meio-termo.
Nem com os repressores nem com os
entusiastas da salvação do prazer feminino. Prefiro a não submissão a orgias de
desempenhos. O movimento feminista entre acertos e erros deu um grande empurrão
no processo de libertação da mulher e de sua sexualidade. Muita coisa mudou, a
mulher recuperou um lugar mais digno na família e na sociedade.
Atualmente existem inumeráveis mulheres cearenses
independentes e sábias que participam, produzem e debatem os mais atualizados
temas em nossas instituições públicas e privadas, ombreando com os homens e
trocando conhecimentos tanto nos campos jurídico, político e econômico como no
universitário, artístico, científico, filosófico e literário da Capital e do
interior do Estado, a confirmar que hoje as mulheres tudo podem, de tudo sabem
e tudo fazem.
Artigo de Zenilce Vieira Bruno (Psicóloga, sexóloga e pedagoga)
Artigo de Zenilce Vieira Bruno (Psicóloga, sexóloga e pedagoga)
Publicado no Jornal O Povo (08/03/17) (AQUI)