O Dia da Pátria começava cedinho com uma alvorada
ao som de hinos e dobrados tocados pelo Sonoros Pinto Martins. Aliás, era entre
as ruas Alcindo Rocha e Independência que o palanque das autoridades ficava,
quase em frente à Biblioteca Municipal Pinto Martins, na Rua 24 de Maio.
Cordas de náilon atadas nos postes faziam o cordão
de isolamento. O verde e amarelo predominava nas bandeirinhas distribuídas para
a população que se acotovelava para ver a Parada de Sete de Setembro. Nas
escolas, antes de sair para o desfile, era feita a revista dos pelotões. De
todos os cantos da cidade os sons dos tambores chegavam desencontrados, mas
que, por ironia, provocavam um fundo musical característico. Aqui e acolá
troava um som de corneta.
As autoridades se aboletavam no pequeno palanque
ornado de verde e amarelo, ele mesmo pintado dessa cor esperando o desfile das
escolas e das representações do Exército, que era o Tiro de Guerra, da Marinha,
quase sempre nos seus jipes, e da gloriosa Polícia Militar, que encerrava o desfile
ao som de sua banda e de tiros para o alto, que invariavelmente provocava
alguns gritos de espanto da multidão.
Contudo, no que se refere ao desfile estudantil, a
atenção maior era para a competição estimulada pela Prefeitura Municipal. Neste
sentido, se esmeravam para ganhar o prêmio, o Instituto São José, com
representações de quadros da história nacional em carros abertos, o SESI
(Serviço Social da Indústria) e o CSU (Centro Social Urbano) com seus pelotões
representativos de modalidades esportivas e projetos desenvolvidos nestas
instituições. Muito deste aparato cívico foi-se com o tempo! O desfile moderno
é mais uma formalidade, com outros símbolos e sentidos, mesmo porque, que
independência devemos comemorar?
Na foto, alunas do Instituto São José, nos anos
1980, desfilando entre a esquina da Rua da Independência e Rua Zeferino Veras.
Sentido. Sul-Norte. Prédio ao fundo: Associação dos Retalhistas.
Carlos Augusto Pereira dos Santos
Historiador