É noite alta, da janela do meu quarto só vejo
escuridão; não tem lua, e o céu é triste e pobre de estrelas, não tem a lua,
infelizmente, para tudo parecer um conto. Somente a insônia vem para
interromper meus sonhos.
Tudo é silêncio, apenas o cantar dos galos e o
barulho dos gatos no cio sobre o telhado me dão a certeza de que lá fora há
vida. Vez por outra, o vento traz barulho de música, mas até o vento, nesta
noite escura, é muito escasso.
As casas de festas noturnas, bares e restaurantes
funcionam regularmente, e eu sei que seria melhor se estivesse por lá, mas lá
eu não posso estar. Sinto-me “persona num grata”, estou pra baixo. A insônia é
minha única companheira, mas não é uma boa companhia para cabeceira. Ela
insiste, gruda e não larga. Tento ler.
Procuro ver televisão; mas é tudo em vão. Se ao
menos tivesse a chuva com goteiras no telhado para me embalar o sono. O som da
chuva no telhado é cantiga de ninar e ainda serve para afugentar os gatos. É
incrível como a insônia é silenciosa e provoca tanta inquietude e pensamentos
torpes. Leia o texto completo AQUI
Carlos Cardeal (Escritor Camocinense)
O artigo acima foi publicado pela primeira vez no
Camocim Online em 27/09/2009