Acompanhei durante toda a semana, com atenção, as publicações da mídia estadual e nacional sobre as agressões sofridas por turistas na Praia de Jericoacoara, ocorridas na madrugada do sábado (14) passado.
A repercussão enveredou pelo descontrole após as declarações das atrizes Antonia Fontenele, que confesso conhecer mais como a viúva do grande Diretor Marcos Paulo, e de Luana Piovani, profissional mais conhecida ultimamente por polêmicas e poses eróticas do que pelo seu ofício de origem. Respeito ambas como pessoas. Não poderia ser diferente, até porque não posso e não devo julgar ninguém.
Mas penso, sinceramente, que as duas foram precipitadas em suas declarações generalizadas contra Jericoacoara. Jogaram todos, nativos, empresários, na mesma vala. Talvez motivadas pelas violência sofrida por amigos, abdicaram da razão e deram espaço à emoção.
O curioso é que nem mesmo as vítimas agiram assim. Denunciaram o crime, alertaram para o perigo, mas encontraram espaço para elogiar o lugar, deixando sempre claro que os agressores eram parte, e não o todo, da comunidade.
Desde meus 18 anos visito Jeri ou o Serrote, como também é conhecido pelos mais antigos. Eu já andava por aquelas areias quando o Camocinense Menescal resolveu abrir uma das primeiras pousadas do lugar. Conheci por lá meu o Belisco, Branco, Tourim, Seu Antonio Araújo, todos com raízes em Camocim. Tenho boas lembranças da bodega do Belchior, do início da, até então, "Essenza" da época, a Hippopotamus.
Sou do tempo da Jeri que tinha suas luzes apagadas às 22 horas, do período em que Raimundo comandava o forró, hoje Restaurante Dona Amélia. Jeri tem um povo decente, trabalhador, e como em qualquer outro lugar do planeta, abriga também quem não respeita o próximo, quem rouba, causa discórdia, dissemina o mal, muitas vezes para ocupar um vazio próprio, um vazio de alma, uma ausência de luz. Tudo isso deve ser combatido.
Sou do tempo da Jeri que tinha suas luzes apagadas às 22 horas, do período em que Raimundo comandava o forró, hoje Restaurante Dona Amélia. Jeri tem um povo decente, trabalhador, e como em qualquer outro lugar do planeta, abriga também quem não respeita o próximo, quem rouba, causa discórdia, dissemina o mal, muitas vezes para ocupar um vazio próprio, um vazio de alma, uma ausência de luz. Tudo isso deve ser combatido.
Espero que o ocorrido deixe o alerta para o governo, de que Jeri tem que ser dotada de mecanismos que estejam à altura de sua demanda turística. Já os agressores dos turistas, esses devem ser punidos no rigor da lei. Mas essa culpa, essa mancha, não deve ser estendida ao lugar, às pessoas que dele sobrevivem. Compartilho da revolta dos agredidos, mas discordo dos que escolheram Jeri como bode expiatório desse lamentável fato. O justo jamais deveria pagar pelo pecador.
Postado por Tadeu Nogueira às