No girar interminável da roda do tempo, eis que
mais um ano se finda, enquanto o outro já se encontra bem ali, na entrada da
barra, trazendo consigo sonhos, alegrias e esperanças.
2017 foi um ano de extremos! No cenário
internacional, tivemos o acirramento das tensões entre Washington e Pyongyang,
por conta dos mísseis balísticos desenvolvidos pelos norte coreanos, com poder
de fogo para dizimar as mais importantes cidades americanas, que quase trouxe
um desfecho trágico para a humanidade inteira.
Ademais, hordas sucessivas de
imigrantes oriundos da África e do Oriente Médio, principalmente da Síria, fugindo
de guerras fratricidas sem fim, chegaram à Europa, mudando conceitos e
estabelecendo uma nova ordem de conduta em muitos países.
Além disso, a sombra
insidiosa do terrorismo se espalhou mundo afora, deixando marcas profundas de
destruição, e de medo, notadamente na Alemanha e na França. Ataques
cibernéticos sucessivos, supostamente vindos da Rússia e da Coreia do Norte,
desarticularam, por todo o globo, uma infinidade de computadores, inclusive
aqueles de grande complexidade do Pentágono, causando prejuízos incalculáveis. Por
fim, cataclismos varreram impiedosamente o planeta, ceifando milhares de vidas
inocentes.
No Brasil, a Operação Lava Jato, comandada
brilhantemente pelo Juiz Sérgio Moro, através de suas múltiplas facetas,
desnudou por completo altos figurões da República, ratazanas perigosas,
hipócritas, pertencentes aos mais diferentes partidos políticos, mostrando a
todos nós suas verdadeiras faces, horripilantes, nojentas, escancarando de vez
a corrupção inimaginável que grassa há anos nos meandros do poder, particularmente
em Brasília, enraizada em todas as suas esferas, que aniquila por completo com
a esperança de sermos um dia uma grande Nação.
Na outra ponta, a violência urbana
explodiu, sem que os mecanismos do Estado, por mais que atuem, consigam conter
esta onda gigantesca de criminalidade que assola e amedronta os cidadãos de bem
pelo país inteiro.
Mas nem só de coisas ruins nos lembraremos de 2017.
Houve o incremento das conversações de paz entre árabes e judeus, a fome no
continente africano foi aplacada um pouco pela solidariedade de muitos povos, a
Ciência apresentou êxitos memoráveis na sua busca incessante de debelar doenças
e amenizar o sofrimento de milhões de seres humanos, a Tecnologia tornou o
mundo uma aldeia global que cabe cada vez mais na palma da mão.
Que 2018 traga dias de Sol para fazermos os planos
mais simples que se possa imaginar, a chuva na varanda para desabrochar a
roseira do coração, esperanças e sonhos para que possamos, enfim, tanger a
felicidade para mais perto de nós.
Feliz Ano Novo!
Avelar Santos (Professor e Escritor)