Artigo escrito por Sérgio Aguiar, publicado originalmente na edição deste sábado (09), do Jornal O Povo:
Faz 30 anos da morte de Virgílio Távora, responsável por um trabalho exemplar de progresso e bem-estar do povo cearense. Foi um homem público de integridade moral e visão de futuro. Se vivo fosse, no próximo ano completaria 100 anos de idade.
Deputado federal em três oportunidades, senador em dois mandatos e governador do Ceará por duas ocasiões, criou um planejamento governamental no Estado logo no primeiro mandato, através do Plameg. Criou as bases do processo de industrialização do Estado e o Banco do Estado do Ceará (BEC).
Virgílio Távora iniciou as atividades políticas em 1950 ao se eleger deputado federal pela União Democrática Nacional (UDN) e logo se comprometeu com a valorização do petróleo, provando sua ousadia como homem público de vanguarda e de visão. Já naquela época era preocupado com o petróleo. Fez parte de um movimentou que culminou com a criação da Petrobras.
Em 1954 reelegeu-se deputado federal para fazer chegar a energia elétrica a grandes distâncias, inclusive, Fortaleza, através da Hidroelétrica de Paulo Afonso. Em 1961 estabeleceu uma política portuária para o País, acelerando a ampliação dos portos do Mucuripe e de Camocim; de Itaqui, no Maranhão, assim como nos de Natal, Recife e Ilhéus, na Bahia. Em 1962 elegeu-se governador pela União do Ceará (UDN, PSD e o PTN) com uma diferença de mais de 200 mil votos sobre o segundo colocado. Na época era muito voto.
Em maio de 1966 Virgílio foi eleito deputado federal com 73.213 votos, a maior votação em todo o Nordeste naquela eleição. Tinha uma cabeça iluminada, que funcionava 24 horas, pensando sempre no desenvolvimento nacional e, principalmente, no Ceará. Em 1978, ele foi indicado pelo então presidente Geisel como candidato ao governo do Ceará. Mais uma administração revolucionária.
Em maio de 1982 desincompatibilizou-se do cargo de governador para se eleger senador pela segunda vez. Virgílio morreu em São Paulo no dia 3 de junho de 1988. Não terminou o mandato, assim como meu avô Murilo Aguiar, seu correligionário, que também morreu quando defendia mandato de deputado estadual. Duas legendas e exemplos de homens públicos comprometidos com um Brasil e um Ceará mais desenvolvidos e socialmente mais justos.
Sérgio Aguiar (Deputado Estadual)