Os sintomas mais comuns e conhecidos do Coronavírus são tosse, fadiga, febre e congestão nasal, um inconveniente que não nos permite distinguir facilmente essa doença de um resfriado comum ou uma gripe.
No entanto, a infecção pelo vírus Sars-CoV-2 também faz com que algumas pessoas tenham perda do olfato (anosmia) e do paladar (disgeusia), dois sintomas que muitas vezes passam despercebidos pelo paciente e pelos médicos.
A anosmia pode ser um dos primeiros sintomas e, portanto, pode ajudar bastante na identificação de pessoas infectadas nas fases iniciais da doença.
A anosmia, e também as alterações de paladar, foi identificada tanto em pacientes graves hospitalizados por covid-19 na Itália quanto em pacientes com sintomas leves que não chegaram a ser internados nos Estados Unidos.
Sabemos que quase 70% das pessoas infectadas pelo vírus apresentam perda de olfato ou de paladar, ainda que tenham apenas uma infecção leve.
Desse modo, na atual situação de pandemia, uma pessoa com fadiga, tosse e perda de olfato é suspeita de ter covid-19.
A boa notícia é que é possível recuperar tanto o sentido do olfato quanto o do paladar. As células basais, responsáveis pelos neurônios sensoriais olfativos, cuidam disso no nariz.
Esse processo transcorre em torno de 60 dias, porque, uma vez superada a doença, a maioria dos pacientes recuperam o olfato em até dois meses.
Quanto às células receptoras gustativas, elas se regeneram a partir de células precursoras a cada 10-14 dias. Assim, é possível que o paladar seja recuperado antes do olfato.
O que está claro é que, na pandemia atual, a anosmia e a disgeusia que surgem de repente devem ser considerados sintomas de alerta precoce, inclusive na falta de outros sintomas respiratórios, para identificar novos casos de infecção por Sars-CoV-2.
Postado por Tadeu Nogueira às 14:07h
Com informações da BBC Brasil