O psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), explicou à CNN, como diferenciar a falta de ar causada pela ansiedade com o sintoma mais grave da infecção pelo novo coronavírus.
Para começar, o especialista explicou que há dois tipos de ansiedade: pode ser um sintoma, mas também uma doença propriamente dita.
"Às vezes a pessoa tem um quadro depressivo e dentro disso tem o sintoma da ansiedade. Já na síndrome, o conjunto de sintomas a caracteriza, e ela tem que ser tratada", esclarece.
Com isso, o médico diz que a ansiedade comum pode ocorrer por vários motivos do dia a dia. "Normalmente, a ansiedade tem uma associação temática, ou seja, tem um tema que me leva a ter aquele sintoma", diz o psiquiatra.
Nesses casos, o sintoma passa com atitudes simples. Ele exemplifica: "Quando eu penso em adoecer, tenho medo, o coração dispara e dá aquela falta de ar e sufocamento. Isso é puramente da ansiedade, que pode vir a passar com um copo de água", acrescenta.
Esse cenário, no entanto, não se aplica aos aqueles casos de síndrome com diagnóstico médico. "Na ansiedade doença, isso não vai passar. Vai continuar por mais um tempo. A pessoa vai sentir isso durante mais um período, mas não durante 24h seguidas", completa ele.
E esses dois tipos de manifestação de ansiedade são diferentes do que pode gerar falta de ar no caso do novo coronavírus. "Na COVID-19, a ansiedade dela é constante. A ansiedade do quadro psiquiátrico é intermitente, ela aparece e some - mesmo que dure um tempo prolongado entre 2h a 3h", compara. "No caso da COVID-19, não. Inclusive, é um momento de urgência no qual se deve procurar o sistema de saúde", alerta.
Para preservar a saúde mental, o especialista finaliza com duas dicas: atividade física regular dentro de casa e horário para acordar e para dormir.
Postado por Tadeu Nogueira às 18:08h