Talvez poucos saibam, mas a construção de casas populares em Camocim remonta ao século passado, mais precisamente ao ano de 1950.
Nessa época, durante a gestão do político cearense Armando Ribeiro Falcão à frente do Instituto de Aposentadoria e Pensões Marítimas (IAPM), no governo do General Eurico Gaspar Dutra, vários municípios do Ceará e do Brasil foram contemplados com casas populares para marítimos, jangadeiros e pescadores.
Desta forma, podemos dizer, que esta iniciativa foi o embrião dos posteriores conjuntos habitacionais. Em Camocim, a obra foi a Vila Falcão, em homenagem ao ministro, que fica na Rua José de Alencar, entre as ruas Santos Dumont e Humaitá.
Hoje, quase ninguém lembra que estas casas tiveram esta denominação. A arquitetura original também já foi totalmente modificada (ver foto ao lado do modelo inicial). Antigamente existia uma placa alusiva à obra, mas, como todas em Camocim, teve outro destino por seu valor em bronze.
Não sei se as pessoas contempladas à época com estas casas eram em sua totalidade, marítimos ou algo parecido. O certo é que, Armando Falcão, depois de sua passagem pelo IAPM, foi alvo de "várias denúncias de irregularidades administrativas e financeiras..."
De lá para cá, várias outras gestões construíram casas populares que tomaram várias denominações nos bairros da Olinda, Boa Esperança, Apossados, dentre outros, além da COHAB, que também se tornou um bairro.
A "bola da vez" agora é o Residencial Bonito III, no bairro Jardim das Oliveiras. São 300 famílias beneficiadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida. Na emoção de ter um teto para chamar de seu, de cada contemplado, observa-se o quanto é importante uma politica de governo para o setor habitacional.
Do outro lado a constatação politiqueira oportunista de se querer tirar proveito com a paternidade da obra. São quase trezentos pais...
Postado por Carlos Augusto P.dos Santos, do Camocim Pote de Histórias
Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/armando-ribeiro-falcao
Fonte: Revista "O Cruzeiro". RJ. 12 de agosto de 1950, ed. 43, p.73