“Não é só querer para poder ser político. Não é só ter prestígio. Não é só ter trabalho pelo povo. É sobre ter apoio.”
Já ouvi muitas frases que tentam explicar o sucesso político da família Rocha Aguiar em Camocim.
Desde que o senhor Murilo Aguiar rompeu com seu compadre, o então chefe político local, senhor Alfredo Coelho, em 1950, foram alguns anos de percalços, mas a influência política da família Aguiar sobre os rumos da nossa cidade nunca arrefeceu.
Nada é possível de se explicar isoladamente. Tudo na vida é resultado de uma série de fatores, e eu não tenho condições de me debruçar, aqui, sobre um assunto tão amplo. Tanto por questão de espaço no blog, como de limitação tempo-conhecimento (seriam necessários meses de entrevistas e pesquisas para se chegar a uma resposta tão complexa!)
Então, como foco do texto desta sexta-feira, gostaria de me deter em um aspecto da política Aguiar (os antigos “Cara Preta”), que fica evidente para quem observa mais atentamente seu grupo e explica, em parte, seu sucesso: a UNIÃO.
Não estou dizendo que não existem desavenças internas. Estamos falando de seres humanos! Pessoas que têm desejos e ambições que, em algum momento, entram em conflito. E é exatamente por isso que a harmonia chama a atenção: em meio a tantos interesses, o clã consegue manter seus aliados. Isso só acontece porque o grupo possui um líder forte e que, ao mesmo tempo, tem a humildade de saber ouvir seus liderados.
Sérgio Aguiar é alguém que gosta do que faz. Quem acompanha suas redes sociais, vê como o 3º deputado estadual mais votado no Ceará, em 2018, é dinâmico. De manhã participa de reunião em Camocim; de tarde, publica fotos pela Serra da Ibiapaba; e de noite já está em algum jantar com autoridades em Fortaleza! Isso explica porque o político camocinense vem ascendendo politicamente no Estado, angariando cada vez mais apoios: Sérgio Aguiar gosta de trabalhar e está sempre à disposição para prestigiar seus aliados.
(Parênteses: No ano de 2006, em sua primeira eleição para Deputado Estadual, Sérgio Aguiar obteve 47.607 votos. Em 2010, já foram 67.357 votos. Na eleição de 2014, o número subiu para 85.060 votos. Em 2018, rompeu a barreira dos 100 mil votos. E a oposição em Camocim, o que tem para apresentar?)
Aqui retomo a frase que abre esse artigo: a união de apoios em torno do Deputado camocinense é sua maior força eleitoral. Não estamos falando de um ex-vereador que teve a sorte de ganhar uma eleição municipal e reuniu meia dúzia de gatos pingados em torno da “oposição aos Aguiar” (a única coisa que parece uní-los). Estamos falando de uma história política que vem desde antes de 1950. De alguém que conhece a maior parte das famílias camocinenses pelo nome. São três gerações a serviço da Cidade, não três eleições.
Do lado de lá, temos um ex-prefeito que, em 2018, foi de casa em casa pedindo votos para um deputado de outra cidade e, depois, descobriu que esse senhor o estava traindo pelas costas. Pediu até desculpas por ter pedido votos em nome dele. Feio, né?
Muitas vezes a oposição tenta pregar a desunião no grupo insinuando que a ex-Prefeita Monica Aguiar, atual Ouvidora do Município, deveria participar menos da gestão Betinha.
Mas, por quê? Ela foi Prefeita por 8 anos, comandou a cidade durante o ápice do novo Coronavírus, maior crise de saúde pública no mundo em 100 anos. Foi um período de muita adversidade, e ainda assim, a ex-Prefeita Monica conseguiu liderar a cidade em meio à crise pandêmica. Elegeu-se, reelegeu-se e fez a sucessora. Foi reconhecida como uma das melhores prefeitas do Ceará. Você acha mesmo que a Prefeita Betinha não deveria aproveitar toda essa experiência?
São muitos os fatores que explicam os mais de 70 anos de liderança Aguiar em Camocim. E a UNIÃO do seu grupo é, certamente, um dos principais fatores que explicam esse sucesso.
*É Jornalista e Publicitário. Escreve às sextas.
