A investigação da Polícia Civil do Ceará sobre a tragédia que vitimou três alunos em uma escola na cidade de Sobral se encaminha para desvendar o caminho da arma de fogo até que ela chegasse às mãos do adolescente que cometeu o ato infracional análogo a homicídio.
A reportagem do Diário do Nordeste apurou que Antônio Felipe de Sousa, Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e proprietário do armamento, ofereceu a pistola em um grupo de Whatsapp.
O grupo do Whatsapp no qual ele ofereceu a arma para venda era administrado por uma gerente de um clube de tiro, em Sobral. A arma foi adquirida e registrada pelo CAC, há quase dois anos. Ele só tinha autorização para posse, ou seja, só poderia transitar com a arma em um trajeto que fosse caminho para um stand de tiro.
Antônio Felipe foi detido nesta quarta-feira (19), por força de um mandado de prisão temporária. Há suspeita que o preso e o adolescente em conflito com a lei negociaram diretamente a arma, sem a participação do adulto pai do menino detido.
Felipe passou a ser suspeito de comercializar ilegalmente armas de fogo e munições. Ele teria apresentado versões contraditórias aos investigadores e disse que a arma foi extraviada de dentro do carro dele no fim de semana antes da tragédia.
A versão contradiz o que um amigo do adolescente infrator contou aos policiais. O aluno e amigo do jovem detido falou na delegacia que o infrator já tinha confessado a ele que adquiriu uma arma, quatro meses antes do atentado na escola.
Em entrevista concedida ao Diário do Nordeste, o delegado geral da PCCE, Sérgio Pereira dos Santos já havia antecipado que testemunhas disseram que o adolescente falou algumas vezes que o pai era proprietário de uma arma de fogo: "chegou a dizer isso quatro meses atrás". O pai negou à Polícia que era proprietário de qualquer arma.
Por Tadeu Nogueira