sábado, 28 de janeiro de 2023

A PRÁTICA DA FARMÁCIA EM CAMOCIM

Por Carlos Augusto P. dos Santos*

Camocim tem fortes relações com a chamada “farmácia oficinal”, que colocou o município no mapa da produção de remédios como as Gotas Arthur de Carvalho e o Específico Pessôa, notadamente na década de 1940.

Nesse sentido, nomes como Joaquim Arthur de Carvalho e seu filho, José Arthur de Carvalho (nome de rua em Fortaleza), fazem parte de uma tradição histórica que envolve a prática de farmácia e o estudo acadêmico da área, que, no Ceará, começa em 1919 com a instalação da Faculdade de Farmácia no estado.

Portanto, desde 1861, quando se fundou no Ceará a Inspetoria de Higiene do Estado, órgão responsável por licenciar os “práticos de farmácia”, que vários desses profissionais assumiram a tarefa de curar e administrar medicamentos para a população em geral, às vezes passando o conhecimento para várias gerações familiares, como os Carvalhos e Torquato Pessoa. 

Atualmente, por exemplo, a família do farmacêutico Chico Sousa já está na quarta geração a frente deste tipo de estabelecimento em Camocim.

Para efeito de registro histórico, fizemos um apanhado regional dos práticos “licenciados pela antiga Inspetoria de Higiene do Estado, até 1919, ano da instalação da Faculdade de Farmácia do Ceará”:

Conrado Porto, Granja, 1899
Aurélio Pessôa, Camocim 1900,
Júlio Guimarães, Camocim, 1906,
Sebastião Freitas, Camocim, 1907
Domingos Braga. Itapipoca, 1913
Filomeno Silveira, Acaraú, 1913
Hugo Mota, Granja, 1918”.

Se hoje se observa o aumento constante deste tipo de comércio em nossa cidade, chegando a se ter de 4 a 5 farmácias numa mesma rua, o embrião está num passado distante. 

Hoje uma farmácia tem de quase tudo, “inclusive remédio”, como diz uma propaganda radiofônica de uma farmácia sobralense. Sinal dos tempos!

*Professor, Historiador, Escritor e Editor do Blog Camocim Pote de Histórias