domingo, 23 de abril de 2023

ESCRAVOS DE AMARRAÇÃO

Por José Xavier Filho
(Escritor e Cientista Granjense)

O Coronel Hurst um escocês idoso, solteirão, tinha estabelecimento comercial em São Luís. Logo ao chegar de seu país fez grande fortuna em negócios com babaçu. Sua firma chegou a ter representantes em cidades portuárias próximas, como o Pará, Amarração e o Ceará. Além de sua dedicação ao comércio de babaçu ele tinha interesses na produção e comercialização de cera de carnaúba nessas províncias. 

O Coronel tinha também negócios com gado bovino, tendo montado grandes curtumes. Pouco tempo após ter chegado ele havia acumulado uma enorme fortuna representada por ouro, terras, gados e escravos.

Certo dia ele recebe carta do Ceará informando que três dos escravos fugidos de sua fazenda em Amarração haviam sido presos. O Coronel Furtado avisa que poderá enviá-los para Amarração assim que o Delegado concluir o inquérito e o Coronel Hurst enviar dinheiro para cobrir todas as despesas. Incluindo aí o custo de cinquenta chibatadas que deverão ser aplicadas em cada um dos escravos. Ele terá que dar sua concordância por escrito e enviar tudo aos cuidados do Coronel Furtado.

Logo a autorização chegou assim como o total de 90 mil réis que era o valor das despesas a serem feitas; aí estava incluído o preço do chicote novo que o Coronel Hurst queria que fosse entregue ao Chico da Maristela, seu amigão, para fazer o serviço.

José Xavier Filho (09/11/1936 - 04/07/2018), foi Escritor e Cientista Granjense, fundador do Instituto José Xavier.