As duas cidades já registraram 14 assassinatos em 2023. A comparação em relação ao total de habitantes chega a ser surreal.
Em Camocim, durante todo o ano de 2022, foram 15 homicídios. Pelo andar das motos com duas pessoas, esse número deve ser batido em breve.
Dos 14 mortos em Camocim até agora, 4 eram adolescentes. Várias das vítimas tinham passagem pela polícia. Na imensa maioria dos casos, as drogas motivaram os crimes.
Apesar dos dados alarmantes, chegando a igualar Sobral, as ações das forças de segurança não se alteraram em Camocim. Como dizem no jargão policial, "segue sem alteração".
Já em Sobral, para se chegar ao baixíssimo número de homicídios deste ano, foi iniciado, nos últimos dois anos, um intenso trabalho integrado entre todas as instituições da segurança pública e poderes do Estado. Isso inclui, por exemplo, um comitê de monitoramento da violência que se reúne mensalmente ou extraordinariamente. O resultado disso são dois anos de redução de violência.
Segundo dados da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), órgão vinculado à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Sobral fechou o ano de 2022 com redução de 32,7% nos Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs), em comparação a 2021.
Voltando a Camocim, os homicídios já estão impactando na economia. A violência passou a ser fator levado em conta por quem, por exemplo, deseja passar um final de semana ou feriado na cidade.
Se há uma luz no fim desse túnel, há quem diga que ela veio em forma de lamparina.
Por Tadeu Nogueira
