O que, no início, era uma pequena vila de pescadores, tornou-se um dos destinos mais procurados pelos turistas que visitam o Ceará. Jijoca de Jericoacoara, conhecida pelas praias de águas cristalinas e pelo pôr do sol visto do alto das dunas, tem sido marcada por problemas ambientais que causam transtornos no cotidiano dos habitantes da região.
O movimento "Unidos por Jeri", composto por moradores e empresários do município, enviou ofício à Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e ao governador do Estado, Elmano de Freitas. Entre as denúncias estão a poluição sonora, o lixo jogado nas ruas e a construção de grandes empreendimentos, de forma a desrespeitar os limites da Vila.
Além disso, o movimento pede por transparência nos valores arrecadados pela gestão pública municipal e por fiscalização e punição de tais irregularidades.
“É preciso voltar a se caminhar tranquilamente nas suas ruas e becos livre do trânsito intenso, da poluição visual e sonora que hoje ocupam a atenção e os sentidos de moradores e turistas. Recuperar a qualidade de vida afetada pelo desordenamento vigente”, afirma o empresário membro do Unidos por Jeri e presidente do Conselho Empresarial de Jericoacoara (CEJ), Marcelo Laurino.
Ele aponta ainda que as práticas são características de um turismo predatório que se instaurou na Vila nos últimos anos. Como impactos já perceptíveis, ele enumera “a brutal diminuição da qualidade de vida dos moradores, que é também sentida pelos turistas; a poluição sonora e o trânsito agressivo”.
“As constantes abordagens [de vendedores e ambulantes] e o total desordenamento das atividades devido à ineficiência da gestão, bem como a total ausência de fiscalizações nos colocam, moradores e turistas, inquietos e reféns de um comportamento abusivo e agressivo das atividades exploratórias do turismo predatório, imediatista”, destaca Marcelo.
O que pedem os moradores?
Fim do trânsito na Vila;
Fim dos empreendimentos gigantescos;
Fim dos vendedores "assediadores";
Transparência nos valores arrecadados no município;
Fim do lixo largado nas ruas;
Fim do turismo "selvagem", que não respeita o ritmo da vila;
Pedido de fiscalização e punição das irregularidades;
Atuação coordenada da administração pública, comunidade local e empresariado para organizar a situação. Fonte: Jornal O Povo
Por Tadeu Nogueira