Por Carlos Augusto P. dos Santos
O Dia da Pátria começava cedinho com uma alvorada ao som de hinos e dobrados tocados pelo Sonoros Pinto Martins.
Aliás, era entre as ruas Alcindo Rocha e Independência que o palanque das autoridades ficava, quase em frente da Biblioteca Municipal Pinto Martins, na rua 24 de Maio.
Cordas de náilon atadas nos postes faziam o cordão de isolamento. O verde e amarelo predominava nas bandeirolas, bandeirinhas distribuídas para a população que se acotovelava para ver a Parada de Sete de Setembro.
Nas escolas, antes de sair para o desfile, era feita a revista dos pelotões. De todos os cantos da cidade os sons dos tambores chegavam desencontrados, mas que, por ironia, provocavam um fundo musical característico.
Aqui e acolá troava um som de corneta. As autoridades se aboletavam no pequeno palanque ornado de verde e amarelo, ele mesmo pintado dessa cor esperando o desfile das escolas e das representações do Exército, que era o Tiro de Guerra, da Marinha, quase sempre nos seus jipes e da gloriosa Polícia Militar, que encerrava o desfile ao som de sua banda e de tiros para o alto, que invariavelmente provocavam alguns gritos de espanto da multidão.
Contudo, no que se refere ao desfile estudantil, a atenção maior era para a competição estimulada pela Prefeitura Municipal. Neste sentido, se esmeravam para ganhar o prêmio, o Instituto São José, com representações de quadros da história nacional em carros abertos, o SESI (Serviço Social da Indústria) e o CSU (Centro Social Urbano), com seus pelotões representativos de modalidades esportivas e projetos desenvolvidos nestas instituições.
Muito desse aparato cívico foi-se com o tempo! O desfile atual é mais uma formalidade, com outros símbolos e sentidos, mesmo porque, que Independência devemos comemorar?
*Professor, Historiador, Escritor e Editor do Blog Camocim Pote de Histórias