O apelido de "Coreia do Norte" do Ceará vem definindo cada vez melhor Granja, listada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) como a terceira cidade mais pobre do Brasil em renda média.
Junto com a pobreza extrema, os Granjenses convivem com um regime em que passa melhor quem adota o silêncio sobre o que ocorre de errado na administração municipal. Se é que entendem...
As provas da existência de uma "ditadura" na terra de Lívio Barreto são cristalinas.
A mais recente delas se mostrou na manhã desta quarta-feira (20), durante, acredite, os 13 minutos em que durou a sessão da Câmara Municipal. Vale lembrar que cada Vereador ganha em torno de R$ 10 mil mensais para comparecer a uma sessão por semana apenas.
Dos 15 vereadores, 13 votaram, sem explicação, contra o Projeto de Lei da Vereadora Mentinha do Deoclecio, da oposição, que dispõe sobre a transmissão ao vivo das sessões pelas redes sociais do legislativo, como Facebook e YouTube, algo comum em várias câmaras da região, menos em Granja, que contabiliza também esse fator de atraso.
Somente Mentinha e o Vereador Chico Ezio, também da oposição, votaram a favor.
Para se ter ideia, em Granja, sem permissão, não é aconselhável você filmar as sessões ou até mesmo as ruas e prédios municipais. A intimidação é quase certa por parte do "regime oligárquico" que domina cada metro quadrado do município.
"A transparência e publicidade são princípios fundamentais da administração pública dentro da nossa democracia. Está na Constituição Federal. Como a Câmara vai fiscalizar o Executivo, se ela própria não quer Transparência?", questionou a Vereadora Mentinha.
A ordem para desaprovar o projeto teria partido, como sempre, do "Kim Jong-un" de Granja.
Por Tadeu Nogueira