As salinas de Camocim, desde o século XVII, despertaram a atenção dos exploradores holandeses, que chegaram a explorá-las.
Posteriormente, com as charqueadas, a atividade salineira ganhou mais importância. No Ceará, essa atividade salineira, conjugada com a exportação do charque, iniciou-se no estuário do rio Jaguaribe, aumentando o progresso da Vila de Aracati, expandindo-se depois para outras vilas como Acaraú e Camocim (Granja) que comercializavam os produtos da pecuária para outros centros de consumo como Bahia, Pernambuco, Pará, dentre outros.
O sal, portanto, constituiu-se em uma crescente indústria em Camocim, favorecida pelos terrenos baixos, próximos ao mar, próprios para a construção de salinas. Hoje, esses antigos espaços estão se transformando em fazendas para a criação de camarão, com produção bastante significativa.
O sal produzido em Camocim era vendido para o norte e sul do país e, no auge, produziam-se até 100 mil toneladas ao ano. Nos anos 1960, o censo colocava a extração do sal marinho como o principal produto econômico do município, contribuindo com 54,1 % do valor total da produção da cidade e empregava 765 operários em 10 salinas.
Com a desativação do ramal ferroviário, a indústria salineira de Camocim teve seu movimento diminuído em cerca de 20%. O preço dos fretes rodoviários era 50% mais caro que o transporte ferroviário, prejudicando produtores e causando desemprego com o fechamento e falência das moageiras de sal.
Para termos ideia da produção, no ano de 1983, foram produzidas 30 mil toneladas que foram vendidas ao preço de 255 milhões de cruzeiros.
Mesmo não sendo a atividade econômica mais importante, como um dia fora, movimentando o porto local, em 2011, produziram-se em Camocim dezenove mil toneladas; vinte mil em Chaval e nove mil em Barroquinha.
A produção do sal é sazonal, isto é, depende muito das condições climáticas e da forma como é colhido. Segundo dados informados pela Salina Trindade, a única em funcionamento no município, atualmente, a produção dos últimos dois anos variou entre dez e vinte mil toneladas.
Ainda está na memória das pessoas nomes de salinas antigas como Martinelli, Porangaba, São Pedro, dentre outras. Como representante dos trabalhadores salineiros, existe o Sindicato dos Trabalhadores da Extração do Sal de Camocim.
Trecho do Livro Didático "Historiando Camocim", de Carlos Augusto P. dos Santos