sexta-feira, 3 de novembro de 2023

CIENTISTAS PROPÕEM CRIAÇÃO DE APA ENTRE NORONHA E CEARÁ

Duas cadeias de montes e bancos submersos no litoral nordeste do Brasil, formadas por atividades vulcânicas no assoalho do Oceano Atlântico, são foco de preocupação de pesquisadores especializados na biodiversidade marinha. 

Dispostos paralelamente às costas do Ceará e Rio Grande do Norte, esses acidentes geológicos se estendem por cerca de 1,3 mil quilômetros na margem equatorial brasileira.

Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene), vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) defendem a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) dos Bancos de Noronha e Ceará.

A área proposta pelos pesquisadores se estende por 22,7 milhões de hectares. “Vários desses bancos não têm nenhum nível de proteção. Os únicos que têm são Atol das Rocas e Fernando de Noronha”, afirma Mauro Maida, professor do Departamento de Oceanografia da UFPE.

As pesquisas na região de Noronha também deram origem a outra proposta: proibir a pesca em partes do entorno do arquipélago para recuperar a população de peixes no local.

A ideia é que a APA dos Bancos de Noronha e Ceará tenha áreas fechadas para a pesca também, nos pontos dos recifes de corais, localizados nos bancos submersos. Segundo Maida, o mapeamento dos bancos deve ser concluído em uma expedição, a ser realizada em janeiro.

Em seguida, será iniciado o processo para a criação da APA, que dependerá de autorização do Ministério do Meio Ambiente e da Presidência da República, segundo o pesquisador.

O Brasil tem cerca de 20 unidades de conservação que protegem ambientes recifais, sendo a Reserva Biológica de Atol das Rocas, criada em 1979, a mais antiga delas. Apesar disso, apenas uma pequena parcela é totalmente protegida da ação do homem (pesca, turismo ou qualquer tipo de exploração). Fonte: Agência Brasil 

Por Tadeu Nogueira