Na semana anterior ao nascimento de Jesus, uma página de fofoca publicou um print de uma conversa imaginária entre o humorista Whindersson Nunes e a jovem Jéssica Canedo, de 22 anos.
O falso diálogo sugeria um suposto relacionamento entre os dois, algo negado por Whindersson.
Na busca por engajamento, a página "Choquei" repostou a mentira e o caso ganhou repercussão nacional. A garota passou a ser alvo de ataques virtuais, sendo julgada e condenada por milhões de "juízes".
Na última sexta-feira (22), Jéssica cometeu suicídio.
Desde o início, a menina implorou para que a falsa notícia fosse retirada do ar. A mãe, em prantos, pediu o mesmo. De nada adiantou.
Além de não retirar o que era falso, o dono da "Choquei", o fotógrafo Raphael Sousa, fez foi piada sobre o caso.
Após Jéssica tirar a própria vida por não suportar os ataques, Raphael apagou a fake news assassina e também seu próprio perfil pessoal. Coloca e tira a seu bel prazer. É assim para essa gente. Não há medo de punição alguma, até porque não há.
Isso é jornalismo? O que houve foi um crime, um linchamento virtual contra uma jovem de 22 anos apenas.
Ela foi levada a tirar a própria vida simplesmente pela falta de regras na busca cruel por likes, comentários, compartilhamentos, enfim, por engajamento que gera renda para quem diz ser "produtor de conteúdo".
A internet está doente e ela precisa de um "choque" e não da "choquei". E infectado também está quem segue esses predadores. Quem será a próxima "Jéssica"?
Por Tadeu Nogueira