segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

O ANTIGO CENTRO COMERCIAL DE CAMOCIM

Se você chegasse a Camocim no ano de 1919, o que encontraria exatamente? 

Primeiro, o centro comercial e social estaria nas imediações do porto e da estação ferroviária. 

Visitantes e observadores em suas crônicas de viagens, quase sempre retrataram este espaço como o mais fervilhante e próspero da cidade. 

Senão vejamos, tendo como fonte o jornal Folha do Littoral, editado em nossa cidade nesta época. 

Comercialmente falando, era na Rua da Estação que ficavam os principais estabelecimentos comerciais e os escritórios de serviços prestados por profissionais liberais. Deste modo, a Associação Commercial de Camocim (assim grafada) em 1919, funcionava no Cine Phenix (atual Promotoria Pública), e, além dele, também existia o Cine Smart. 

As representações de agências de vapores, como a The Amazon River Navigation, Companhia Comercio e Navegação e A. Borges & Cia, ficavam na casa bancária Nicolau & Carneiro. Na firma J. Adonias & Cia, tinha a representação da Companhia de Navegação a Vapor do Maranhão. 

Já a T. Navarro era representante da Empresa de Navegação Mosqueiro e Soure e o Lloyd Brasileiro era representado pela firma Albuquerque & Cia. Na diversidade comercial de então, você poderia encontrar desde a firma retalhista Elias Asfora & Cia; a casa “A Italiana” e o Bar Commercial, além da Pensão Urbina; Alfaiataria Central e a Typographia Folha do Littoral. 

As repartições também ficavam na Rua da Estação. Os Correios, comandado por D. Maria J. Magalhães; a Meza de Rendas Estaduaes. sob o comando do Cel. Thomaz Zeferino Véras. Moravam na Rua da Estação, o prefeito municipal, Tasso Napoleão; o delegado de polícia, Cel. José Severiano de Carvalho; o delegado de hygiene, Cel. João Nicolau F. Cavalcante. 

Dominando toda essa configuração urbana, tínhamos a imponente Estação Ferroviária de Camocim pertencente à Estrada de Ferro de Sobral que, naquele momento, era dirigida pelo Dr. Eduardo Monte. Este centro comercial pode ser ampliado se levarmos em conta os pontos comerciais instalados nas ruas adjacentes, como a Rua Senador Jaguaribe, Travessa Dr. João Thomé, Travessa Dr. Privat e Rua da Igreja. Mas essa é uma outra história.

Texto extraído do Livro "Miolo de Pote", de Carlos Augusto P. dos Santos 

Obs: Manteve-se a grafia da época