terça-feira, 14 de maio de 2024

DELEGADO DO CASO CÉSAR VERAS FALA SOBRE MOTIVAÇÃO DO CRIME

Reportagem de Giovanna Estrela, do Site Metrópoles 

No último dia 28, durante um almoço, o vereador César Veras, de 51 anos, foi degolado por um garçom dentro de um restaurante em Camocim, no interior do Ceará. 

Além do político, outras três pessoas foram esfaqueadas. A motivação do crime foi revelada com exclusividade ao Metrópoles.

Segundo o delegado Eduardo Rocha, responsável pela investigação do caso, o autor do crime, identificado como Antônio Charlan Rocha Souza, não tinha antecedentes criminais e era conhecido na cidade por ser uma pessoa pacata e religiosa.

A motivação do assassinato teria sido o assédio moral que o garçom sofria no trabalho. As vítimas esfaqueadas não foram escolhidas ao acaso: todas eram amigas de Euclides Oliveira Neto, dono do estabelecimento onde o crime ocorreu e chefe de Charlan. O empresário foi o terceiro a ser esfaqueado.

O vereador César Veras não tinha ligação com o criminoso. Segundo o delegado, para atingir o patrão, o garçom atacou pessoas ligadas a ele. Todos os feridos e o assassinado iam ao local com frequência.

“Ele [o garçom] pegou revolta pelas pessoas que frequentavam ali. Ele queria atingir o dono do estabelecimento e, para isso, atacou os frequentadores que mais tinham relação com ele [o proprietário do restaurante]”, contou o delegado responsável pela investigação do caso.

De acordo com o delegado Eduardo Rocha, foi solicitado à Justiça que a investigação tivesse acesso ao celular de Antônio Charlan.

“Não tinha nada de criminoso no celular, ligação política, nenhum sinal de mandante, nada”, disse Rocha.

Contudo, algo específico chamou a atenção do delegado: no aparelho, o histórico da internet apontou que o assassino havia pesquisado muito sobre assédio moral no trabalho.

Em depoimento, Antônio Charlan declarou que viu a arma do crime, uma faca, enquanto bebia água. Depois, pegou o objeto, se dirigiu até as vítimas e praticou o crime. O garçom afirmou que só se lembrou do que havia feito quando foi parado pela polícia.

A defesa de Charlan pediu a instauração de um incidente de insanidade mental. Contudo, o delegado afirma que “ele [garçom] sabia o que estava fazendo”.

Antônio Charlan está preso preventivamente no presídio de Sobral, no Ceará.