A tragédia que as chuvas causaram no Rio Grande do Sul, neste ano, torna evidente os impactos das mudanças climáticas no Brasil: e o Ceará, mesmo na outra ponta do País, não está isento de efeitos como inundações, deslizamentos e enxurradas, segundo alerta um mapeamento do Governo Federal.
Fortaleza e outras 73 cidades cearenses estão na lista considerada prioritária pela Casa Civil, do Governo Federal, para monitoramento de desastres.
Granja, com quase 55 mil habitantes, é uma delas. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Município corre risco de enxurradas e inundações. Ainda segundo o órgão, 3.764 Granjenses estão vivendo em área de risco. A cada período invernoso essa realidade é vista em Granja. Não há ações preventivas.
Tendo como parâmetro os municípios que fazem parte da Crede 4 (Barroquinha, Camocim, Chaval, Granja, Martinópole e Uruoca), somente Chaval e Granja estão na lista de cidades sob risco de desastres climáticos.
A vulnerabilidade das cidades a esses eventos encontra um Ceará despreparado, com defesas civis locais desestruturadas, sem integração nem plano de trabalho definido para lidar com eventuais desastres, segundo análise de Haroldo Gondim, tenente-coronel do Corpo de Bombeiros e coordenador de Proteção e Defesa Civil do Estado.
O uso de solos “pouco permeáveis” e a má gestão de resíduos sólidos, com acúmulo de lixo nas vias e nos reservatórios hídricos, também se somam aos fatores que tornam as cidades “suscetíveis a eventos extremos de chuva, com possíveis regiões com pontos de alagamento.
Por Tadeu Nogueira (com informações do DN)