Sempre achei o governador Elmano de Freitas (PT) meio "lento", porém, imaginava que era apenas o "jeito dele".
Vi agora que estava certo em minha avaliação.
A não ser que a definição adequada seja "sonso".
Acredite, em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, Elmano disse que percebeu "na população uma profunda sensação de insegurança" que, segundo ele, pode ser "combatida" com o reforço no policiamento ostensivo.
Em que mundo esse homem estava até proferir essa certeza que cada um dos 10 milhões de cearenses sente, há tempos, toda vez que respira?
E mais: não é sensação, é insegurança mesmo.
Só lembrando: quando ele diz que vai reforçar a segurança, leia-se "Fortaleza", e "olhe lá".
E esses anúncios intempestivos, incluindo a nomeação do novo Secretário de Segurança, vieram apenas como forma de "esfriar" os ânimos da oposição. Os números que Elmano seguem não são os de seguarnça, mas os de pesquisas eleitorais.
Portanto, não se trata de segurança do cidadão, mas de sobrevivência política do grupo do governador. Além do mais, não se trata insegurança com ostensividade (isso é remediar), mas sim com inteligência (isso é se antecipar).
Camocim e demais cidades do interior seguem "invisíveis" aos olhos do "lento" ou "sonso" Elmano, com a bala comendo solta a cada dia, noite e madrugada. São homicídios, tentativas de assassinato e furtos de comércios e veículos. Tem para todos os "gostos". Não tem hora.
Viroses e outras doenças de época deixaram se liderar atendimentos da UPA da cidade. Ansiedade e pânico pedem passagem.
Se nem com uma chacina Elmano se sensibilizou a construir uma mera nova delegacia em Camocim (isso ajudaria na tal sensação que falta), mesmo tendo recebido o terreno em 2021 da prefeitura, preferindo "encaixotar" policiais em contêineres, imagine reforçar como se deve o policiamento.
Talvez o único reforço que surja em Camocim seja o de fitas amarelas, aquelas que servem para preservar o local do crime. Há quem diga que não tem estoque que dê conta.
Número de homicídios em 2024 (até 03/06): 11
Haja fita!
Por Tadeu Nogueira