terça-feira, 25 de junho de 2024

MEDICAMENTO PARA FAZER CRESCER DENTES SERÁ TESTADO EM HUMANOS PELA 1ª VEZ

A partir de setembro, 30 homens vão receber um medicamento intravenoso capaz de fazer crescer dentes. 

O teste é a fase 1, avaliando segurança e eficácia, de um estudo japonês, que marca a primeira vez que um medicamento desse tipo será testado em humanos.

Caso o ensaio clínico seja bem-sucedido, uma droga injetável capaz de regenerar dentes poderia chegar ao mercado já em 2030.

Durante as fases anteriores da pesquisa com animais, a fórmula mostrou um enorme potencial para desencadear o ressurgimento da dentição perdida. De acordo a pesquisa, uma única dose foi suficiente para fazer crescer novamente um dente em furões. O estudo também obteve sucesso em um cachorro da raça beagle.

Segundo os cientistas que lideram o ensaio, a versão atual do medicamento foi bem tolerada pelos roedores, sem relatos de efeitos adversos, indicando que agora pode ser administrado a pessoas para estudos mais aprofundados.

O medicamento suprime os efeitos do gene USAG-1, que inibe o crescimento dos dentes ao se ligar a um fator de crescimento chamado BMP.

A primeira fase do ensaio será realizada no Hospital de Kyoto, no Japão, e deve demorar 11 meses. Para a pesquisa, foram selecionados homens adultos saudáveis que têm pelo menos um dente faltando.

Além da questão estética, esses pacientes enfrentam dificuldades para comer e até desenvolver adequadamente os maxilares. Muitas vezes dependem de dentaduras ou implantes quando adultos.

Se o ensaio for bem-sucedido, os pesquisadores planejam começar a administrar o medicamento a crianças que sofrem de agenesia dentária, uma anomalia em que os dentes permanentes não aparecem. A intenção é começar por pacientes de cerca de sete anos, que já tenham perdido pelo menos quatro dentes de leite, sem que os permanentes tenham surgido.

Caso os resultados positivos obtidos com animais se repliquem nos humanos, os pesquisadores dizem que o medicamento poderá estar disponível dentro de seis anos e poderá ser utilizado para regenerar dentes em pacientes com deficiências congénitas, bem como naqueles que perderam dentes devido a lesões ou cáries.

Por Tadeu Nogueira (com O Globo)