Aqueles que, oportunamente, ostentam sua cor vibrante e intensa, de repente, aparecem envoltos em um manto branco, como se estivessem tentando mostrar uma nova face.
Mas será que essa mudança de cor é genuína ou apenas uma estratégia habilidosa para enganar os olhos dos que observam de longe?
O vermelho, como sabemos, é uma cor que exala energia, intensidade e paixão. É a cor daqueles que se apresentam com convicção, que desejam ser notados e que, muitas vezes, são guiados por desejos ardentes.
No entanto, quando um vermelho decide vestir-se de branco, é como se estivesse colocando uma máscara, tentando se esconder sob a aparência de algo que não é.
O branco, por outro lado, é a cor da pureza, da paz e da sinceridade. Ao vestir-se de branco, um vermelho tenta projetar uma imagem de inocência e integridade, talvez para conquistar novos olhares ou para se camuflar em meio a outros. Esse é o truque dos oportunistas: adaptam-se às circunstâncias, trocando de pele quando isso lhes convém, sem, no entanto, abandonar sua verdadeira essência.
Essa troca de cores não é apenas uma questão de estética, mas de estratégia. Os vermelhos oportunistas, ao se vestirem de branco, sabem que muitos se deixam levar pelas aparências. Eles contam com a distração daqueles que, fascinados pela nova cor, não se dão conta de que, por baixo do branco, ainda pulsa o mesmo vermelho de sempre. É um jogo de ilusões, onde a mudança é apenas superficial.
E os cegos, aqueles que não conseguem ou não querem enxergar além do que está à sua frente, acabam caindo na armadilha. Encantados pelo branco imaculado, acreditam estar diante de algo novo e diferente. Mas a essência não se altera apenas com a mudança de cor. Os vermelhos continuam a ser o que sempre foram, independentemente do disfarce que usam.
Esse comportamento é como o do lobo que veste a pele de cordeiro, esperando que todos o aceitem como parte do rebanho. É uma tática antiga e eficaz para aqueles que querem manipular e controlar sem serem detectados.
Eles se movem com cautela, falando com suavidade e agindo com aparente inocência, enquanto seus olhos brilham com as intenções de sempre. Visitam os pobres e lhes prometem uma vida diferente.
Portanto, quando vir um vermelho vestido de branco, lembre-se de olhar mais de perto. Desconfie das mudanças súbitas e das aparências que parecem boas demais para serem verdadeiras.
A verdadeira natureza de alguém não é definida pela cor que veste, mas pelas ações que pratica. E, como dizem, é preciso mais do que um simples manto branco para esconder o fogo de um coração vermelho e sangrento.
No jogo das aparências, é essencial estar atento e não se deixar enganar. Afinal, nem tudo o que reluz é ouro, e nem todo branco é sinal de pureza. Às vezes, é apenas um disfarce, uma tentativa de encobrir o verdadeiro vermelho que nunca deixou de existir.
Por Júlio Garba