quarta-feira, 23 de outubro de 2024

IFCE CAMOCIM: ESTUDO ALERTA PARA CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA NO PARQUE NACIONAL DE JERI

Os estudantes Jardielen Chaves Sousa e Antonio Lucas Rocha Santos, junto aos professores Cassiano Ricardo de Souza e Edmo Montes Rodrigues do Instituto Federal do Ceará - Campus Camocim, publicaram um estudo inédito no periódico Princípia.

O trabalho revela a influência dos efluentes da estação de tratamento de esgoto de Jericoacoara na contaminação microbiológica de um curso d’água sazonal que se forma durante o período chuvoso e atravessa o Parque Nacional até desaguar no mar.

Essa pesquisa reforça a importância do gerenciamento adequado por parte da CAGECE para prevenir impactos ambientais e garantir a segurança dos visitantes do Parque Nacional.

Confira um resumo

A Vila de Jericoacoara, localizada no município de Jijoca de Jericoacoara, Ceará, e a estação de tratamento de esgoto (ETE) local estão situadas próximas ao Parque Nacional de Jericoacoara. 

O esgoto tratado pela ETE é descarregado no solo arenoso para percolação, o que pode resultar em contaminação do solo e da água subterrânea. Durante a estação chuvosa, a saturação do solo dificulta a percolação do efluente tratado, fazendo com que este adentre o parque e forme um curso d'água intermitente que, ao se unir a outros fluxos, deságua no mar após atravessar a área posterior à Duna do Pôr do Sol, um ponto turístico local. 

Para avaliar a qualidade microbiológica do efluente que adentra o parque, amostras de água foram coletadas ao longo de seis meses, abrangendo parte das estações chuvosa e seca, em três pontos a jusante. Foram realizadas análises físico-químicas de pH e condutividade elétrica em quinze amostras de água, além de análises microbiológicas utilizando a técnica de fermentação em tubos múltiplos para determinar o número mais provável (NMP) de coliformes totais e termotolerantes. 

Os resultados indicaram que os valores de pH e condutividade variaram conforme o volume de chuvas na região. Os dados microbiológicos apontaram para a presença de mais de 2,0 × 106 NMP de coliformes termotolerantes por 100 mL de água efluente, tanto na estação seca quanto na chuvosa, sugerindo que a ETE é uma fonte significativa de contaminação microbiológica no parque. 

Durante a estação chuvosa, essa contaminação tende a se disseminar na unidade de conservação devido à saturação do solo e à formação de cursos d'água. 

A presença de contaminação microbiológica representa riscos de infecções microbianas e parasitárias para visitantes e espécies locais, além de comprometer a função legal da unidade de conservação federal. Este estudo é pioneiro ao demonstrar a ocorrência de contaminação microbiológica na área do Parque Nacional de Jericoacoara.

O artigo completo está disponível no link a seguir: 


Por Tadeu Nogueira