sexta-feira, 25 de outubro de 2024

PRÓPOLIS É TRATAMENTO COMPLEMENTAR PROMISSOR PARA O PARKINSON

Por Fulvio Alexandre Scorza (Folha)

O envelhecimento da população brasileira acende sinal de alerta para o aumento de casos da doença de Parkinson (DP). 

Uma das doenças neurodegenerativas progressivas mais comuns associada ao envelhecimento, a DP atinge aproximadamente 2% da população mundial com idade superior a 65 anos.

Além dos fatores genéticos e ambientais, o avanço da idade é considerado o principal fator de risco para o desenvolvimento da DP. O tratamento dos sintomas motores e não-motores geralmente envolve uma combinação de medicamentos e diferentes tipos de terapias de reabilitação.

Em paralelo, uma série de tratamentos complementares utilizando plantas medicinais, produtos e moléculas naturais também tem apresentado resultados interessantes. Nesse contexto, a utilização da própolis tem despertado a atenção de médicos e cientistas.

Apesar de abelhas utilizarem a própolis para manutenção e preservação estrutural da colmeia, sua principal função está relacionada à proteção contra invasão de insetos e microrganismos predadores.

Nas últimas décadas, uma série de estudos brasileiros tem demonstrado que a própolis tem um amplo espectro de atividades biológicas devido às suas propriedades antimicrobianas, antivirais, antiparasitárias, imunomoduladoras, anti-inflamatórias e antitumorais, justificando seu uso no desenvolvimento de produtos viáveis e úteis à saúde humana.

Com relação à doença de Parkinson, estudos clínicos e experimentais têm evidenciado o papel antioxidante e anti-inflamatório da própolis no cérebro, resultando em redução do dano neuronal e na melhora dos sintomas motores e não-motores.

Dessa forma, os efeitos positivos à saúde, o baixo custo, a facilidade e a segurança do uso fazem da própolis um interessante tratamento complementar da DP.

Infelizmente, essa maravilha da natureza está ameaçada. Muitos países têm registrado redução das colônias de abelhas. Além da degradação ambiental, o desaparecimento desses polinizadores deve-se principalmente à utilização incorreta e exagerada de agrotóxicos na agricultura. O Brasil é um dos maiores consumidores mundiais de agrotóxicos, incluindo aqueles já banidos na União Europeia.

*Professor do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. Consultor Científico de A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Coordenador científico do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. 

Artigo na íntegra: https://abrir.link/CVcnG