Na manhã dessa quinta-feira, 14 de novembro, a Câmara Municipal de Camocim aprovou, por unanimidade, a concessão do título de Cidadã Camocinense a Maria de Fátima Ximenes Lopes Ferreira, ou Fátima Lopes, como é mais conhecida.
O decreto legislativo, de autoria da Vereadora Iracilda Rodrigues (PSB), foi promulgado pelo presidente da Casa, Vereador Emanoel Vieira (PSB).
Sobre a Homenageada
Maria de Fátima Ximenes Lopes Ferreira nasceu em 23 de abril de 1956, no distrito de Campo Lindo, zona rural de Reriutaba.
Apesar da infância feliz, rodeada de amigos e primos, ao crescer, a necessidade de estudar acabaria levando a família a ter que se mudar para uma cidade maior.
Fátima Lopes possuía irmãos mais velhos, frutos do casamento anterior de seu falecido pai.
Um deles, Sebastião Lopes, residia em Camocim, e convidou seu irmão caçula e afilhado, Jucelino para vir morar e estudar na cidade, para crescer sob seus cuidados.
No dia 06 de fevereiro de 1972 dona Emiliana e seus 3 filhos tomaram um trem em Reriutaba com destino a Camocim, para deixar Jucelino. Mas na hora de comprar a passagem de volta, Sebastião Lopes, conhecido pela generosidade, perguntou à irmã Fátima se ela não gostaria de ficar também.
À pergunta, Fátima olhou para sua mãe e respondeu prontamente que sim, momento em que se torna, há mais de 50 anos, camocinense de fato e de coração.
Após cursar o Ensino Fundamental nas cidades de Reriutaba e Pacujá, Fátima Lopes matricula-se em Camocim no Colégio Estadual Padre Anchieta, então dirigido pelo professor Ivan Pereira de Carvalho.
Em 1978 conclui o 2º Grau Pedagógico, curso que lhe permitiu atuar como professora. Mas naquele período, sua vida profissional já estava encaminhada. Ao chegar a Camocim, Fátima, sempre muito esforçada, passou a dividir seu tempo entre os estudos e o trabalho.
No turno em que não estava na escola, ajudava no escritório de contabilidade do irmão Sebastião e na loja de tecidos Santa Cruz de sua cunhada Prazeres Lopes.
Em 1979, Fátima Lopes começa a exercer a profissão de professora, trabalhando nos colégios Instituto São José, Rui Barbosa e São Judas Tadeu. Com a docência, tornou-se ainda mais querida e integrada à comunidade de Camocim.
Em 1° de setembro de 1982 Fátima assumiu o concurso público para a então Companhia Energética do Ceará, Coelce, no cargo de Agente Administrativo. Mas após apenas um ano, seu então chefe é transferido para Sobral, e Fátima é convidada a assumir a chefia do escritório de Camocim, função em que permaneceu até sua aposentadoria em 25 de novembro de 1998.
Fátima, inclusive, participou da reportagem “Cidade comandada por mulheres”, veiculada no Diário do Nordeste e Revista Marchete nos anos 80. Naquele período, a prefeita era Ana Maria Veras e a maioria das repartições públicas da cidade, a exemplo da Coelce, era chefiada por mulheres.
Em 12 de novembro de 1983 Fátima casa-se com o comerciante Paulo Augusto Ferreira, com quem divide a felicidade de ter 3 filhos, Paulo Emanuel, Paulo Júnior e Ana Paula; e 1 neto, Saulo.
Após a aposentadoria, Fátima passou a trabalhar como comerciante, sendo até hoje dona de seu próprio negócio no centro de Camocim - em princípio o Mercadinho São Paulo, hoje a loja Paulos Festas. Em 2004, concluiu o Curso Superior de Gestão de Pequenas e Médias Empresas, realizado em Camocim pela Universidade Vale do Acaraú (UVA).
Como voluntária, no Grupo das Abelhas, organização formada pelas esposas dos maçons, Fátima exerceu o cargo de Tesoureira por várias gestões, e de Presidente entre os anos 2002 e 2004. Como católica atuante, é Ministra Extraordinária da Sagrada Comunhão desde 1° de janeiro de 2012 na Paróquia Bom Jesus dos Navegantes.
Por Tadeu Nogueira
