Tatajuba, nome proveniente muito provavelmente da existência dessa madeira na região (Bagassa guianensis), o pau-amarelo, muito cobiçado pelos holandeses nos tempos em que os mesmos traficavam espécimes da flora e da fauna nessa região.
Reza a tradição, tanto pela oralidade quanto pelos resquícios arqueológicos, que o nosso litoral era rota dos índios Tremembés que desciam a Serra da Ibiapaba durante as temporadas de colheita de frutos silvestres (especialmente caju), de caça e pesca e iam explorando o Rio Camocim, o Rio Ceará, até o Rio Grande do Norte, e voltavam da mesma forma.
Os mais antigos moradores da vila contam que viam o deslocamento dessa tribo nessa passagem por Tatajuba, e que eles acampavam numa elevação que ficou conhecida como Morro dos Tremembés. Ainda hoje, isso pode ser notado pela presença das cascas de ostras no local do acampamento.
Originalmente chamada de "Cabaceiras", a vila de Tatajuba foi aumentando a partir do século XX (1905) com a chegada dos primeiros moradores, como o Sr. Neuzinho, Chico Pescada e suas famílias, que depois se juntaram os Carneiros, e à família do Sr. Gregório Pedro Alexandrino, que por sua vez se tornou o maior comerciante local, pois possuía um barco para realizar as transações de compra e venda de mercadorias e peixes entre Camocim e Tatajuba.
Em 1925, essas famílias ergueram a primeira igreja em homenagem ao padroeiro Santo Antonio. Em 1948, construíram uma igreja maior, de frente para o mar, num lugar mais alto, defronte a uma árvore de Tatajuba, cujo nome para o lugar foi oficializado em 1950 pela Câmara Municipal de Camocim. Nos anos 1980, iniciou-se a construção da atual igreja, cuja conclusão deu-se em 1982.
Com a migração dunar, fenômeno muito característico em nossa região, o vilarejo foi soterrado, fazendo com que a população se dispersasse para locais próximos da antiga vila, formando os novos núcleos de Nova Tatajuba, Baixa da Tatajuba, Vila Nova e São Francisco.
Dessas localidades, Nova Tatajuba é a que despontou como destino turístico com grandes empreendimentos, se tornando um ponto de esportes náuticos de verão, sobretudo o kitesurf.
*(Historiador e Editor do Camocim Pote de Histórias)