Quando é gasto e quando é investimento para uma prefeitura contratar atrações que inflacionam seus cachês sempre que o carnaval se aproxima?
Com esses cachês, para cidades sem infraestrutura alguma para receber um grande público, é óbvio que se trata de um baita gasto com baixíssimo retorno.
Já para destinos turísticos consolidados, com uma imensa rede hoteleira e gastronômica, seria um investimento, alto, mas seria.
Acontece que raramente isso é levado em conta, sobretudo no primeiro caso.
Com o domínio cada vez maior das redes sociais sobre o que se faz e o que se deixa de fazer por parte das gestões de cidades pequenas, principalmente, infelizmente, somente na área de eventos, prefeitos se submetem a valores cada vez mais fora da realidade de seus municípios.
Geralmente, em uma cidade do interior, logo após o Réveillon, os apelos da parcela da população que utiliza 24 horas por dia as redes sociais não é por uma melhor saúde, melhor educação, asfalto ou calçamento, mas sim por cantores e bandas cada vez mais caros e engajados virtualmente.
Sabendo disso, essas ditas atrações “salgam” seus cachês, sem dó, nem piedade, jogando a pressão sobre os prefeitos, especialmente aos novatos.
Lembrando que a não contratação da “atração da moda” pode custar votos.
E os novos valores já estão no mercado, podendo subir a qualquer momento.
Confira abaixo alguns cachês de atrações, muitas delas já velhas conhecidas, que Aquiraz está contratando para o carnaval deste ano, segundo levantamento feito pelo Camocim Online:
Pedro Sampaio (R$ 675 mil) - Henry Freitas (R$ 600 mil) - Taty Girl (R$ 350 mil)
Diante dessa realidade, podemos afirmar que dificilmente um carnaval no Ceará seja realizado, atendendo em parte as redes sociais, por menos de R$ 2 milhões de reais.
Isso em apenas 4 dias,
Por Tadeu Nogueira