sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

MORAÚJO: MP PEDE CASSAÇÃO DE PREFEITO, VICE E VEREADORA POR COMPRA DE VOTOS

O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu à Justiça a decretação de inelegibilidade e cassação dos diplomas do prefeito de Moraújo, Ruan Lima (PSD), da vice-prefeita Ana Sara (PSD) e de uma vereadora cujo nome não foi informado, todos eleito no pleito de 2024. 

De acordo com a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) ingressada pela Promotoria da 64ª Zona Eleitoral, eles são acusados de abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio (compra de votos).

Segundo as investigações, também estão envolvidos no esquema o pai do prefeito, Alex Lima, e outros cinco cabos eleitorais. Alex foi indicado pelo filho como secretário de Assuntos Institucionais do município. 

De acordo com o Censo 2022, Moraújo possui cerca de 8.250 moradores, estando localizada a 292 km da capital Fortaleza.
Valores chegariam a R$ 5 mil

A Promotoria Eleitoral constatou "um esquema sistemático de compra de votos e oferecimento de vantagens financeiras em troca de apoio político". Diversos relatos apontam que o atual prefeito e a vice, na época ainda candidatos, teriam oferecido pessoalmente dinheiro e empregos a eleitores e seus familiares em troca de apoio político.

Os valores oferecidos aos eleitores variavam de R$ 2,5 mil a R$ 5 mil e eram parcelados. Em alguns depoimentos, testemunhas relataram que foram perseguidas e pressionadas a devolver a quantia quando retiraram o apoio aos candidatos. Segundo as investigações, o pai do prefeito também estava envolvido na compra de votos. 

Apreensões O MP instaurou dois procedimentos para apurar os fatos: um Procedimento Investigatório Criminal e um Procedimento Preparatório na esfera cível e eleitoral. 

Com autorização judicial, foram realizadas buscas e apreensões nas residências dos investigados, resultando na coleta de diversos aparelhos telefônicos, documentos e outros itens. Parte dos aparelhos já teve os dados analisados, revelando evidências de abuso de poder econômico e compra de votos. 

Depoimentos e provas indicam um esquema organizado de captação ilícita de sufrágio, com o objetivo de influenciar indevidamente o resultado das eleições.

A AIJE pede a citação do prefeito, da vice e de mais seis pessoas pela prática de abuso de poder econômico; a cassação dos diplomas do prefeito, da vice e de uma vereadora devido ao benefício ilícito obtido com a prática de abuso de poder econômico; e a aplicação de multa aos três políticos, variando de R$ 1.064,10 a R$ 53.205,00.

Por Tadeu Nogueira (com O Povo)